Recentemente comecei a jogar o KeyForge, que nada menos é que a nova criação do genial Richard Garfield, o lendário que criou o Magic: the Gathering, primeiro card game modern e líder neste segmento de mercado há 26 anos consecutivos no mundo inteiro.
O conceito do jogo é incrível: cada deck é diferente do outro, o que a empresa que o lançou registrou como Unique Deck™ (Deck Único). Na prática, cada baralho tem um nome único e uma combinação de 36 cartas para a qual a chance de haver outro baralho no mundo inteiro com exatamente a mesma combinação de cartas é de cerca de 1 chance em 41 trilhões. É nisso que dá pedir para um doutor em matemática combinatória criar um jogo onde todos os decks sejam diferentes uns dos outros.
Quando você adquire um deck de KeyForge, ele vem com uma carta de Arconte, que tem a lista completa das cartas no mesmo e um código QR, além do seu próprio nome único e uma ilustração que também é única. Todas as 36 cartas do deck vem com o nome e ilustração únicos no verso e com o nome na frente, no canto inferior direito.
O mais interessante do KeyForge é justamente isso: você não pode montar um baralho com as cartas que quiser ou que tiver: tem que jogar com ele do jeito que foi aberto, com exatamente aquelas 36 cartas. Claro que alguns decks são naturalmente mais fortes do que os outros, mas o manual do jogo inclui regras para equilibrar as partidas (serão explicadas no final deste artigo). Agora vamos ao primeiro passo que é...
1) O que eu devo comprar?
O jeito mais rápido e mais fácil de começar é comprando a caixa básica do jogo, que vem com dois decks de treinamento para aprender a jogar, além de todos os marcadores, fichas e peças necessários e mais 2 Decks Únicos. Você até poderia comprar apenas Decks Únicos avulsos e jogar, mas ainda assim vai precisar dos marcadores, fichas e peças, então a menos que esteja disposto a entrar numa aventura de artesanato ou comprar fichas mais caras (porém mais bonitas) com os diversos fabricantes que estão lançando material de suporte ao KeyForge, reforço que o jeito mais fácil de começar com o jogo é comprando mesmo a sua caixa básica (vide imagem abaixo).
2) Então, estou com o jogo e agora?
Agora você tem que aprender a jogar. ESTE NÃO É UM TUTORIAL PARA ENSINAR A JOGAR O KEYFORGE. A ideia deste tutorial é servir como guia para você entender seus primeiros passos dentro do jogo, como registrar decks e como entender seus decks. Se você quiser tutoriais mostrando de fato como jogar, o YouTube já está cheio disso.
Em primeiro lugar, leia o manual que vem com a caixa pois ele já te ajuda neste início. Dúvidas surgirão? Sim. Então baixe o manual completo do jogo, que pode ser encontrado neste link aqui (em português) ou neste aqui em inglês.
O segundo passo, apesar de não ser obrigatório, é altamente recomendado. Para prosseguir, você vai baixar o app oficial do KeyForge na Google Play (Android) ou na App Store (iOS). Em seguida, cadastre-se. Este cadastro é importante pois você vai atrelar seus Decks Únicos ao seu perfil e utilizá-lo para jogar torneios, sejam casuais ou competitivos nas várias lojas que já estão organizando eventos de KeyForge Brasil afora.
Com o cadastro feito, você deve agora escanear os códigos QR que vieram em seus Decks Únicos! Para cada deck que adicionar à sua coleção, você vai ganhar uma Aembershard, que também pode ser obtida jogando torneios e eventualmente trocados por itens de colecionadores, marcadores especiais entre outros. Siga os passos das fotos abaixo:
E pronto, seu deck já estará registrado e atrelado ao seu perfil, bem seguro e sem problemas. Evite mostrar fotos do seu código QR para outras pessoas, especialmente para decks não-registrados, pois infelizmente a internet está cheia de gente estraga-prazeres que pode tentar "roubar" o registro do seu deck para si, apenas para pegar uma ou duas Aembershards. É triste, mas pode acontecer, então proteja seus decks se cadastrando e registrando-os.
3) Mas e aí, meu deck é bom?
Esta é a pergunta de ouro. Definir o que é bom e o que é ruim é terrivelmente subjetivo. Números podem servir sim como uma medida básica para determinar o nível de poder de um deck, entretanto a forma como um jogador utiliza o deck e pilota suas cartas com sua própria habilidade, ou entendendo o estilo de jogo que as cartas exigem que ele tenha, tudo isso pode transformar um deck que em teoria, por ter números ruins, seja muito bom na prática.
Aqui eu vou explicar os dois métodos de avaliação de decks mais populares que são o AERC e o SAS, utilizados pelo site Decks of KeyForge. Eles se baseiam em modelos de avaliação arbitrários que foram bem aceitos pela comunidade de jogadores e hoje balizam a forma como entendemos o nível de poder bruto de um Deck Único.
Alguns minutos após registrar seu deck com o app oficial do jogo, sites como o Decks of KeyForge já conseguem recuperar seus dados, mas não se preocupe? Isso não tem nada a ver com hackers (nem o Telegram), é apenas um banco de dados global que avalia todos os decks existentes (que tenham sido registrados). Para encontrar seu próprio deck no site, basta procurar seu nome na ferramenta de busca do mesmo.
Agora, para ajudar a entender os números e métodos de avaliação, vou mostrar um dos meus decks, a Condessa Stone.
SAS é uma sigla para "Sinergia e Anti-Sinergia". Ela considera primeiro a qualidade e poder bruto das cartas no deck e então avalia se elas tem interações e funcionam bem juntas ("sinergia", por exemplo, uma carta que te ajude a ganhar recurso quando jogar artefatos, num baralho que tenha muitos artefatos) ou quando as cartas não funcionam tão bem juntas, podendo até se atrapalharem ("anti-sinergia").
Usando o exemplo da Condessa Stone, ela tem SAS 70, o que foi alcançado com a seguinte conta:
Quando você vê a página de um deck no site Decks of KeyForge, o que é altamente recomendável, também tem acesso a gráficos que mostram como seu deck está posicionado frente à média global. É convenção entre os jogadores que um deck com SAS 90 ou mais é absolutamente sensacional (e bastante raros!), com SAS 80 ou mais é muito bom. A média ficaria entre SAS 70 e 80, decks entre 60 e 70 seriam abaixo da média e decks com menos de 60 de SAS não seriam muito bons. Certo?
ERRADO. Como eu disse antes, cada deck pode ter um estilo de jogo ao qual o piloto precisa se adaptar. Não é por que os números dele não são tão bons que o jogador que o usa não será capaz de ganhar muitas partidas. Entender os números dos decks é importante justamente para descobrir seus pontos fortes e fraquezas - e trabalhar em cima disso. Agora vamos para o segundo método de avaliação:
AERC (pronuncia-se "ARC") faz uma avaliação mais detalhada do conteúdo de um deck baseado em 6 categorias diferentes, porém não considerando o poder individual das cartas, como o SAS faz. As categorias são:
Controle de Âmbar (A): mede sua capacidade de fazer seu oponente perder âmbar, através de roubo, captura ou destruição, mas também de impedir que ele forge chaves ou atrase seus planos neste sentido.
Âmbar Esperado (E): este número representa a capacidade das suas cartas de gerarem âmbar para você quando são jogadas ou com suas habilidades especiais (não com a Coleta básica). Quanto maior, muito melhor.
Controle de ARtefatos (R): considera as cartas no deck capazes de remover e inutilizar artefatos, ou retardar o uso dos mesmos.
Controle de Criaturas (C): considera as cartas no deck capazes de remover e inutilizar criaturas, ou retardar o uso das mesmas.
Manipulação de Deck (D): mede a capacidade do deck de comprar e/ou jogar cartas extras, reutilizar cartas descartadas, procurar cartas no seu deck, impedir que seu oponente jogue cartas ou forçar que ele descarte. Este número é muito subjetivo, porém igualmente importante pois ele incorpora e quantifica o conceito de "Vantagem de Cartas", que é utilizado em quase todos os jogos de cartas existentes.
Poder Efetivo (P): este número considera o poder total das criaturas no deck, porém o mesmo é modificado pois algumas criaturas tem poder efetivo maior ou menor que aquele impresso na carta, por terem habilidades específicas.
Um deck com AERC acima de 60 é considerado por muitos como sendo muito bom, enquanto com AERC abaixo de 45 não sendo nem um pouco bom. Novamente, reforço que os números não são uma verdade absoluta e que com um bom piloto que entenda suas cartas, até decks com números "ruins" pode ser bom.
4) Muito complicado, facilita aí pô
OK. Recentemente foi lançado um app chamado RanKey (Google Play e App Store). Baixe, instale e siga as instruções (você vai precisar do app oficial KeyForge Master Vault, que citei lá no início, para utilizar o RanKey). Eu ainda não entendi como o RanKey chega à sua avaliação final do deck, mas pelo menos ele puxa as informações do SAS e do AERC com bastante simplicidade e facilidade, para quem tiver preguiça de ver a avaliação muito mais detalhada do site Decks of KeyForge. Veja abaixo como a minha Condessa Stone aparece na tela do app:
5) É só isso, acabou?
Sim, por hoje é só. O mais importante é jogar bastante o KeyForge e ensinar seus amigos e amigas também. :)
O conceito do jogo é incrível: cada deck é diferente do outro, o que a empresa que o lançou registrou como Unique Deck™ (Deck Único). Na prática, cada baralho tem um nome único e uma combinação de 36 cartas para a qual a chance de haver outro baralho no mundo inteiro com exatamente a mesma combinação de cartas é de cerca de 1 chance em 41 trilhões. É nisso que dá pedir para um doutor em matemática combinatória criar um jogo onde todos os decks sejam diferentes uns dos outros.
Quando você adquire um deck de KeyForge, ele vem com uma carta de Arconte, que tem a lista completa das cartas no mesmo e um código QR, além do seu próprio nome único e uma ilustração que também é única. Todas as 36 cartas do deck vem com o nome e ilustração únicos no verso e com o nome na frente, no canto inferior direito.
O mais interessante do KeyForge é justamente isso: você não pode montar um baralho com as cartas que quiser ou que tiver: tem que jogar com ele do jeito que foi aberto, com exatamente aquelas 36 cartas. Claro que alguns decks são naturalmente mais fortes do que os outros, mas o manual do jogo inclui regras para equilibrar as partidas (serão explicadas no final deste artigo). Agora vamos ao primeiro passo que é...
1) O que eu devo comprar?
O jeito mais rápido e mais fácil de começar é comprando a caixa básica do jogo, que vem com dois decks de treinamento para aprender a jogar, além de todos os marcadores, fichas e peças necessários e mais 2 Decks Únicos. Você até poderia comprar apenas Decks Únicos avulsos e jogar, mas ainda assim vai precisar dos marcadores, fichas e peças, então a menos que esteja disposto a entrar numa aventura de artesanato ou comprar fichas mais caras (porém mais bonitas) com os diversos fabricantes que estão lançando material de suporte ao KeyForge, reforço que o jeito mais fácil de começar com o jogo é comprando mesmo a sua caixa básica (vide imagem abaixo).
2) Então, estou com o jogo e agora?
Agora você tem que aprender a jogar. ESTE NÃO É UM TUTORIAL PARA ENSINAR A JOGAR O KEYFORGE. A ideia deste tutorial é servir como guia para você entender seus primeiros passos dentro do jogo, como registrar decks e como entender seus decks. Se você quiser tutoriais mostrando de fato como jogar, o YouTube já está cheio disso.
Em primeiro lugar, leia o manual que vem com a caixa pois ele já te ajuda neste início. Dúvidas surgirão? Sim. Então baixe o manual completo do jogo, que pode ser encontrado neste link aqui (em português) ou neste aqui em inglês.
O segundo passo, apesar de não ser obrigatório, é altamente recomendado. Para prosseguir, você vai baixar o app oficial do KeyForge na Google Play (Android) ou na App Store (iOS). Em seguida, cadastre-se. Este cadastro é importante pois você vai atrelar seus Decks Únicos ao seu perfil e utilizá-lo para jogar torneios, sejam casuais ou competitivos nas várias lojas que já estão organizando eventos de KeyForge Brasil afora.
Com o cadastro feito, você deve agora escanear os códigos QR que vieram em seus Decks Únicos! Para cada deck que adicionar à sua coleção, você vai ganhar uma Aembershard, que também pode ser obtida jogando torneios e eventualmente trocados por itens de colecionadores, marcadores especiais entre outros. Siga os passos das fotos abaixo:
E pronto, seu deck já estará registrado e atrelado ao seu perfil, bem seguro e sem problemas. Evite mostrar fotos do seu código QR para outras pessoas, especialmente para decks não-registrados, pois infelizmente a internet está cheia de gente estraga-prazeres que pode tentar "roubar" o registro do seu deck para si, apenas para pegar uma ou duas Aembershards. É triste, mas pode acontecer, então proteja seus decks se cadastrando e registrando-os.
3) Mas e aí, meu deck é bom?
Esta é a pergunta de ouro. Definir o que é bom e o que é ruim é terrivelmente subjetivo. Números podem servir sim como uma medida básica para determinar o nível de poder de um deck, entretanto a forma como um jogador utiliza o deck e pilota suas cartas com sua própria habilidade, ou entendendo o estilo de jogo que as cartas exigem que ele tenha, tudo isso pode transformar um deck que em teoria, por ter números ruins, seja muito bom na prática.
Aqui eu vou explicar os dois métodos de avaliação de decks mais populares que são o AERC e o SAS, utilizados pelo site Decks of KeyForge. Eles se baseiam em modelos de avaliação arbitrários que foram bem aceitos pela comunidade de jogadores e hoje balizam a forma como entendemos o nível de poder bruto de um Deck Único.
Alguns minutos após registrar seu deck com o app oficial do jogo, sites como o Decks of KeyForge já conseguem recuperar seus dados, mas não se preocupe? Isso não tem nada a ver com hackers (nem o Telegram), é apenas um banco de dados global que avalia todos os decks existentes (que tenham sido registrados). Para encontrar seu próprio deck no site, basta procurar seu nome na ferramenta de busca do mesmo.
Agora, para ajudar a entender os números e métodos de avaliação, vou mostrar um dos meus decks, a Condessa Stone.
SAS é uma sigla para "Sinergia e Anti-Sinergia". Ela considera primeiro a qualidade e poder bruto das cartas no deck e então avalia se elas tem interações e funcionam bem juntas ("sinergia", por exemplo, uma carta que te ajude a ganhar recurso quando jogar artefatos, num baralho que tenha muitos artefatos) ou quando as cartas não funcionam tão bem juntas, podendo até se atrapalharem ("anti-sinergia").
Usando o exemplo da Condessa Stone, ela tem SAS 70, o que foi alcançado com a seguinte conta:
70 AVALIAÇÃO DAS CARTASIsto significa que o deck tem 70 de avaliação bruta do nível de poder das suas cartas, ganhando 5 pontos por cartas que funcionam bem juntas, perdendo 5 cartas que não funcionam bem juntas e chegando ao resultado final de 70.
+5 SINERGIA
-5 ANTISINERGIA
------------------------------------
70 SAS
Quando você vê a página de um deck no site Decks of KeyForge, o que é altamente recomendável, também tem acesso a gráficos que mostram como seu deck está posicionado frente à média global. É convenção entre os jogadores que um deck com SAS 90 ou mais é absolutamente sensacional (e bastante raros!), com SAS 80 ou mais é muito bom. A média ficaria entre SAS 70 e 80, decks entre 60 e 70 seriam abaixo da média e decks com menos de 60 de SAS não seriam muito bons. Certo?
ERRADO. Como eu disse antes, cada deck pode ter um estilo de jogo ao qual o piloto precisa se adaptar. Não é por que os números dele não são tão bons que o jogador que o usa não será capaz de ganhar muitas partidas. Entender os números dos decks é importante justamente para descobrir seus pontos fortes e fraquezas - e trabalhar em cima disso. Agora vamos para o segundo método de avaliação:
AERC (pronuncia-se "ARC") faz uma avaliação mais detalhada do conteúdo de um deck baseado em 6 categorias diferentes, porém não considerando o poder individual das cartas, como o SAS faz. As categorias são:
Controle de Âmbar (A): mede sua capacidade de fazer seu oponente perder âmbar, através de roubo, captura ou destruição, mas também de impedir que ele forge chaves ou atrase seus planos neste sentido.
Âmbar Esperado (E): este número representa a capacidade das suas cartas de gerarem âmbar para você quando são jogadas ou com suas habilidades especiais (não com a Coleta básica). Quanto maior, muito melhor.
Controle de ARtefatos (R): considera as cartas no deck capazes de remover e inutilizar artefatos, ou retardar o uso dos mesmos.
Controle de Criaturas (C): considera as cartas no deck capazes de remover e inutilizar criaturas, ou retardar o uso das mesmas.
Manipulação de Deck (D): mede a capacidade do deck de comprar e/ou jogar cartas extras, reutilizar cartas descartadas, procurar cartas no seu deck, impedir que seu oponente jogue cartas ou forçar que ele descarte. Este número é muito subjetivo, porém igualmente importante pois ele incorpora e quantifica o conceito de "Vantagem de Cartas", que é utilizado em quase todos os jogos de cartas existentes.
Poder Efetivo (P): este número considera o poder total das criaturas no deck, porém o mesmo é modificado pois algumas criaturas tem poder efetivo maior ou menor que aquele impresso na carta, por terem habilidades específicas.
Um deck com AERC acima de 60 é considerado por muitos como sendo muito bom, enquanto com AERC abaixo de 45 não sendo nem um pouco bom. Novamente, reforço que os números não são uma verdade absoluta e que com um bom piloto que entenda suas cartas, até decks com números "ruins" pode ser bom.
4) Muito complicado, facilita aí pô
OK. Recentemente foi lançado um app chamado RanKey (Google Play e App Store). Baixe, instale e siga as instruções (você vai precisar do app oficial KeyForge Master Vault, que citei lá no início, para utilizar o RanKey). Eu ainda não entendi como o RanKey chega à sua avaliação final do deck, mas pelo menos ele puxa as informações do SAS e do AERC com bastante simplicidade e facilidade, para quem tiver preguiça de ver a avaliação muito mais detalhada do site Decks of KeyForge. Veja abaixo como a minha Condessa Stone aparece na tela do app:
5) É só isso, acabou?
Sim, por hoje é só. O mais importante é jogar bastante o KeyForge e ensinar seus amigos e amigas também. :)
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