Era uma vez uma fazenda, cheia de animais de todos os tipos. Um deles era um burro de carga bem velhinho, que de tão idoso já não aguentava mais fazer seu trabalho. Certo dia o fazendeiro decide pegar a carroça e levar o burro para um atoleiro longe da sua fazenda, pois quando ele morresse sua carcaça poderia atrair urubus e outras pragas indesejadas.
Para a viagem, ele atrelou seu cavalo favorito a uma carroça. Com o burro na traseira, eles começaram o caminho que durou algumas horas. Chegando ao destino, o fazendeiro soltou o burro velho no atoleiro, na esperança de que ele prendesse seus cascos em algum canto e ali ficasse.
O burro olhou nos olhos do cavalo e perguntou por quê ele havia ajudado o fazendeiro a abandoná-lo ali, naquele lugar ermo e tão ruim. O cavalo replicou que estava apenas fazendo seu trabalho e que se o burro não quisesse ser abandonado para morrer, que tivesse se esforçado mais. Resignado, o burro iniciou um trote em direção à morte solitária.
Quando o fazendeiro voltava com o cavalo e a carroça para a fazenda, começou a chover muito. Em certo momento o cavalo se assustou com um relâmpago e tropeçou abaixo numa ribanceira de barro e lama, escorregando e caindo no chão, sentindo uma dor aguda e horrível. O peso da carroça havia caído todo em cima de suas pernas traseiras, partindo os ossos em vários pedaços.
O fazendeiro olhou desconsolado para o cavalo, que era seu favorito e trabalhava muito bem. Então iniciou o caminho de volta à fazenda, para arrumar outro animal com o qual pudesse voltar no dia seguinte e recuperar a carroça.
Já o cavalo, este nem sequer conseguia acreditar na ironia de tudo. Pois ele nunca achava que seria abandonado, assim, como um burro no atoleiro.
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