Então imaginem que a percepção que tive durante a minha formação humana era esta: fique longe das drogas e cuide bem da sua saúde (especialmente fazendo sexo seguro) que você estará bem. Terá uma vida longa e envelhecerá bem. Basta seguir as regras, basta se manter na linha e tudo dará certo.
Entretanto havia um pesadelo adormecido, daquele tipo que você sabe que está lá no canto do seu olho, escondido na escuridão e nas sombras. Porém você opta por fingir que não existe, até que não tem jeito. As luzes acendem e ele está lá, vivo e monstruoso, te encarando fixamente.
Você envelhece.
Seus ídolos também envelhecem.
E todo mundo um dia morrerá.
O bom senso ou a dor de perder amigos pode ter feito com que muitos astros da música tenham sobrevivido e mudado seus hábitos para não terem o mesmo fim triste da overdose ou algo parecido. Claro que ainda temos exemplos recentes de vívidos de artistas que sucumbem a vícios, especialmente heroína, mas o pessoal da "velha guarda" musical que aprendi a amar desde criança não entra nesta categoria (talvez com a exceção do John Entwhistle, baixista do The Who).
A grande questão é: a idade chega para todos e com isso, doenças. Ronnie James Dio, Lemmy Kilmister, David Bowie são apenas alguns nomes. Tommy Iommi lutou contra o câncer recentemente e venceu. Malcolm Young foi internado num asilo com demência - sim, eu disse DEMÊNCIA. Gary Moore, Johnny Winter, Lou Reed, Jack Bruce, Jon Lord, todos morreram nos últimos cinco anos. Todos os membros originais dos Ramones estão mortos: Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy.
O quê nos resta? Ouvir a música deles. Pois nós também envelhecemos e vivemos o suficiente para ver nossos ídolos morrerem, se jogarmos nossas cartas do jeito certo. Continuar, perseverar, resistir, pois um dia, no final do universo e de tudo o que existe, Ozzy Osbourne e Keith Richards estarão juntos, rindo e bebendo à memória de todos os amigos e amigas que já se foram.
P.S.: post número 250 neste blog, um marco interessante. :)
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