Uma das discussões mais interessantes da internet é sobre a forma como as pessoas divulgam e compartilham seus dados pessoais; idade, sexo, opção sexual, região geográfica, classe social, etc. Sempre surgem dúvidas sobre como "bloquear" seus dados, ou restringí-los a um determinado grupo de pessoas. Mas agora vou contar um segredo: não há como restringir isto, uma vez que você entra no jogo.
A verdadeira idéia das redes sociais é adquirir dados e estatística em massa dos usuários para marketing, mídia e planejamento de vendas. Ocasionalmente, elas permitem que você mantenha contato com algumas pessoas.
Por exemplo, estatísticamente, o facebook "sabe" que eu sou homem, tenho 33 anos, moro na região do Rio de Janeiro e sou fã de algumas bandas, como o Savatage e o Black Sabbath. Meu perfil isolado é insignificante, mas somado ao perfil de milhares, não, de milhões de pessoas, vira um produto de grande valor. Quando você cria uma página no facebook, recebe a opção de realizar um "upgrade" (pago, obviamente) para ter acesso a estatísticas e dados mais detalhados dos usuários que acessam e curtem sua página.
Há alguns meses atrás li um artigo muito interessante (infelizmente não achei o link agora, para referenciar) que dizia que "curtir" a página de um artista no facebook é o "novo CD": astros da música mundial estão progressivamente abandonando a estratégia de vender CDs para divulgar seus trabalhos e focando em divulgação nas redes sociais, distribuindo suas músicas por streaming no facebook, Sound Cloud, YouTube e até para download gratuito. Desta forma um cara como o Kayne West sabe quantos fãs tem no Equador, a reação deles para seu disco novo, quantos vivem na região de Quito e se seria viável fazer um show por lá (ou se seria furada). E assim por diante.
Novamente, quem decide o que "venderá" de informação para as redes sociais em troca desta ferramenta de interação ocasional somos nós mesmos. Só não é legal ouvir pessoas com a postura de "ame-o ou deixe-o" com relação a este assunto. Não é bem assim que a banda toca. O velho e bom "tá na chuva é pra se molhar" não é verdadeiro se você tiver um guarda-chuva e capa.
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