Estava eu no meu canto, lendo o twitter nas Barcas, quando novamente vejo pessoas defendendo a legalização do uso da maconha no Brasil. Precisamente, foi um perfil no orkut, escrito por uma pessoa até muito eloquente e educada, mas ela basicamente só sabia reclamar, apontar dedos. Em momento algum a defesa desta criatura mencionava ações construtivas para a liberação da droga no país, citava estudos clínicos, nada. Apenas a mesma ladainha de sempre - o cara que acha que tem razão, esperneando desnecessariamente na internet.
Já fiz isso aqui no meu blog. Muito. Hoje me vigio para não mais fazê-lo. Por coincidência, também hoje de manhã, logo antes de ler o twitter do maconheiro lacrimoso, pensava nas coisas que escrevo ou deixo de escrever. Uma página na internet é algo que deveria ter um objetivo, pelo menos foi assim que eu aprendi como as coisas funcionam. Blogs e redes sociais são perigosos por simplesmente permitirem que qualquer um, através da inclusão digital, compartilhem suas vidas, diários secretos e opiniões com o mundo. Que bela democracia... E que bela hipocrisia.
Então, qual seria o objetivo do meu blog? Pensei em ser "cool" e dizer que sou como o Jerry Seinfeld, que escrevo sobre o nada. Mas na verdade percebi que nem o Seinfeld fazia isso, o seriado dele era sobre cotidiano, era uma stand-up comedy encenada, logo larguei essa idéia megalomaníaca de lado imediatamente. Não escrevo mais crônicas e estas sempre foram inconsistentes e irregulares em ritmo, conteúdo e estilo. Piadas? Não, eu não consigo entender o senso de humor brasileiro, não adianta. Às vezes escrevo algo que acho hilário, mas o número de acessos no blog é ridiculamente baixo e sem comentários. Então escrevo uma baboseira qualquer e causo frisson na internet.
Percebi que não adiantam esparsos lampejos de criatividade, ela deve ser uma constante consistente. Presença através de postagens constantes também são importantes, para manter leitores atentos e ávidos por notícias. Mas continuo com o problema do conteúdo. Entretanto ainda persiste o problema do conteúdo. Se eu não devo escrever sobre o meu cotidiano e sobre a minha vida para evitar a choradeira desnecessária e a exposição pessoal, qual seria meu tema?
Neste momento olhei para trás e descobri a resposta. Eu sou meu próprio personagem, o verdadeiro misturado com uma análise em terceira pessoa. Tive uma adolescência miserável frequentando uma escola nojenta, cheia de filhinhos-de-papai e ao mesmo tempo sendo um "nerd padrão." Não seria isto suficiente? Claro, olhando para aquela época, era uma merda. Mas agora consigo lembrar de tudo com uma visão bem melhor, mais apurada, mais neutra. Até cômica.
Então, em breve, vida nova no blog.
Um comentário:
Que bacana ler isso aqui. Eu vou e volto com a idéia de criar um blog, mas sempre desisto ao pensar no que postar, sabendo que a criatividade diária certamente vai me faltar, comentários zero, ou que o blog seria na realidade um diário justamente para chorar as minhas mágoas, hehehe. Sinto essa necessidade de me fazer entender, me mostrar. Acho que o importante é escrever com paixão, não importa o quê, apesar de que uma "linha" de pensamento pode organizar essa dinâmica de acesso ao blog. De preferência com certa constância. Primeira vez que entro aqui, vou dar uma espiada em você.
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