Incentivado por um post do Flavio no facebook, tive a idéia de escrever outro post bem longo, dizendo quais seriados eu e a Clara estamos vendo no momento (ou acompanhamos quando são liberados):
American Dad, Cleveland Show e Family Guy: todos os desenhos criados e produzidos pelo Seth MacFarlane são sensacionais. Muitas pessoas acham que eles são de extremo mau gosto, ofensivos, grosseiros e indecentes. Eu gosto deles assim mesmo - pouca gente tem carta branca na televisão mundial para falar o que quiser, da forma que quiser, como a trupe do MacFarlane.
Being Human: assistimos à versão original produzida no Reino Unido da série. Comecei a assistir por indicação de um amigo, achei que seria mais uma baboseira no estilo de "Crepúsculo"... Mas é uma série de terror e suspense muito bem escrita, com ótimos personagens e uma trama cativante. O fato de seriados ingleses terem poucos episódios por temporada (Being Human teve 6 na primeira e 8 na segunda e terceira, se não me engano), dá mais liberdade para o roteirista focar em escrever uma boa estória e não ficar enchendo linguiça, como é hábito comum nos seriados americanos. Altamente recomendável.
Big Bang Theory: sim, eu assisto. É engraçado, eu só não enxergo neste seriado toda a genialidade que alguns professam. Basicamente o seriado se sustenta em esteriótipos... É como rir de um palhaço. Chega a ser previsível, mas ainda assim, é engraçado.
Bones: comecei a ver por causa da Clara, ela foi quem assistiu às primeiras temporadas. Após um fortuito empréstimo de um box com 4 temporadas do seriado, acabei viciando também. Muitos dirão: "é apenas mais um seriado policial" ou então "é mais uma cópia do CSI". Para início de conversa, uma boa estória tem que ter bons personagens - e isso "Bones" tem de sobra. CSI e a maioria dos seriados policiais não. Acho que é por isso que "Bones" me cativou.
Borgias: este seriado só teve uma temporada até agora e se me lembro bem da verdadeira história dos Bórgias em torno do Papa Alexandre VI, não devemos ter mais do que uma temporada pela frente. Ainda assim, para quem gosta de personagens bem representados, uma ótima produção no tocante aos figurinos de época, ótimos atores e boa direção, "The Borgias" é a pedida.
Game of Thrones: seriados da HBO tem um toque de qualidade sensacional. Ver esta primeira temporada, baseada na série de livros "A Song of Ice and Fire", do George R.R. Martin, me incentivou a comprar os outros livros já lançados (estou no início do 4º livro, sem spoilers, por favor). Aqueles que acham que esta é uma série de aventura fantástica medieval se enganaram: é uma série de aventura fantástica medieval, cujo foco é intriga e política. A visão sombria do George R.R. Martin e seus personagens de moralidade cinzenta são sensacionais.
Grey's Anatomy: é, eu vejo. Algum problema, vai encarar? Não sei qual é o preconceito em assistir a um seriadozinho de hospita e dramas sentimentais. Pronto, agora que admiti publicamente que vejo "Grey's Anatomy" estou me sentindo melhor.
Grimm: premissa interessante, comecei a ver este seriado policial que leva um detetive, um dos últimos descendentes da família Grimm no mundo, a lutar contra criaturas sobrenaturais e monstros dos livros de contos de fada, que andam entre nós e são muito mais medonhos que nos filmes infantis da Disney. Ainda estamos vendo como o seriado se desenvolverá, pra saber se vale a pena acompanhar.
Happy Endings: outro seriado que a Clara começou a assistir, apesar do nome meio infeliz. Gostei dele, a princípio você acha meio pretensioso, uma espécie de tentativa de fazer um novo "Friends". Mas o roteiro é legal e os atores engraçadinhos. Destaque para o filho do Damon Wayans (de "Me, My Wife and Kids"), que é um dos mais engraçados no elenco.
IT Crowd: se você acha "Big Bang Theory" engraçado, veja este seriado inglês. As piadas são mais inteligentes, o humor é muito mais amplo, com menos esteriótipos e os 3 atores principais são incríveis. A história é sobre dois nerds que trabalham no departamento de informática de uma empresa, e a gerente deles é uma patricinha que não entende nada de computadores, mas é boa para lidar com pessoas, então eles tem uma relação meio simbiótica. Humor inglês, negro e mordaz, é o melhor de todos os seriados que assisto e recomendo que todo mundo veja pelo menos um episódio. Da última vez que lancei este desafio, duas pessoas assistiram uns 4 episódios em seguida, quase chorando de rir. É boa terapia.
Mad Men: me surpreendeu. O motivo para começar a assistir este seriado foi, além do figurino de época, a sensacional bombshell Christina Hendricks. Mas a série é simplesmente brilhante, em todos os quesitos. O elenco é de primeira classe (destaque para o protagonista Jon Hamm, uma grata surpresa), o texto muito bem escrito e a retratação de época, apesar de soar caricata em alguns momentos, é muito boa. Mais um seriado que recomendo para todo mundo que gostam de um pouco de intriga e de ver os personagens principais praticamente se devorando o tempo todo (não estou falando de sexo, ok?).
Mentalist: este seriado nada mais é que uma versão nova para as aventuras de Sherlock Holmes. Claro que seu roteiro não é baseado nos livros do Sir Arthur Conan Doyle, mas os personagens principais são. Patrick Jane é o Mr. Holmes, caótico, sempre usando métodos anticonvencionais e obstinado. Teresa Lisbon é o Mr. Watson, o "braço armado" do investigador, acostumada com métodos tradicionais e forte respeito hierárquico. Claro, não são apenas os dois. Além disso, a nova roupagem dada ao personagem principal desta trama "sherlockiana", colocando o Jane como um charlatão arrependido em busca de vingança contra o serial killer que assassinou sua família (seu nêmesis, "Red John"), é muito bem estruturada. Poucos episódios durante uma temporada fazem referência à trama central em torno da relação de Patrick Jane com Red John, mas cada detalhe perdido, cada personagem secundário que passa desapercebido, podem ser peças do quebra-cabeça que de vez em quando é colocado em evidência. Altamente recomendável.
New Girl: mais um seriado novo que começamos a assistir agora. A premissa é de uma linda garota que é completamente nerd, piradinha e cheia de manias esquisitas, que termina com o namorado e acaba indo dividir apartamento com três homens solteiros. Ok, batido. Quando li uma resenha, achei até meio triste que a linda e talentosíssima Zooey Deschanel tivesse aceito protagonizar esta série. Mas vimos o primeiro, o segundo, o terceiro episódio... Pra começar, é mais um seriado de comédia que não tem aquelas "risadas de gente morta", indicando quando você deve rir. Isso é corajoso. Em segundo lugar, apesar de todas as chances em contrário, "New Girl" é bom mesmo. Isso se deve em boa parte ao brilho pessoal da Zooey Deschanel e sua coragem em fazer coisas estranhas e esquisitas, sendo ao mesmo tempo adorável. O resto vai se encaixando aos poucos.
Once Upon a Time: espero com muita sinceridade que esta série, escrita e produzida por alguns dos principais responsáveis por "Lost", não saia dos trilhos. A premissa é muito legal, com os personagens dos contos de fadas "presos" no mundo real contemporâneo e a filha da Branca de Neve e do Príncipe Encantado sendo a única pessoa capaz de quebrar esta maldição. Mas vejamos até onde isso vai funcionar. Quem sabe eles na verdade não descobrem que estão presos numa realidade alternativa do futuro e que na verdade todo mundo morreu? Podemos esperar de tudo.
Simpsons: muita gente diz que os "Simpsons" já deram, que não tem mais graça, que estão ultrapassados. Essas pessoas não devem assistir a série há um bom tempo. Desde que os personagens do Matt Groening completaram 20 anos na televisão, me parece que os roteiristas ganharam mais liberdade para falarem o que querem, e um seriado que já prezava pela irreverência, agora está mais surtado ainda. Sugiro que quem abandonou a família mais querida dos EUA nos últimos anos, volte a ter contato com eles, para ver o que estou dizendo. É surpreendente que uma série com 23 anos de idade continue me fazendo rir e me divertindo... E isso desde os meus 11 anos.
Spartacus: que descoberta. Quando me contaram desta série, foi frisado o fato de que os produtores responsáveis por criações como "Shena" e "Hércules" estavam por trás dela também (Sam Raimi sendo o produtor principal). Inclusive a própria Shena, a atriz Lucy Lawless, está na série. Logo, fiquei com medo que fosse mais uma produção simplória e mal feita como "Shena" e "´Hércules". Bobagem. O seriado é muito bem feito, tem bons atores e muita, muita ação, para dar e vender. Também tem violência e sangue transbordando. Esta foi a maior crítica à série que a mídia fez, inclusive ela está cheia daquelas cenas "mentirosas", com sangue voando aos litros ao menor cortezinho de espada que um gladiador recebe, mas dane-se. Eu acho legal.
Two and a Half Men: temos aqui uma grande pergunta. "Two and a Half Men" era um seriado bacana, com boas atuações do Jon Cryer e as loucuras do Charlie Sheen. Mas aí o Charlie Sheen perdeu o controle e foi removido da produção. TAAHM funcionaria sem seu personagem principal, ao redor do qual toda a trama girava? A resposta é: está funcionando. Para o lugar de Sheen, foi contratado o caricato Ashton Kutcher. Um novo foco em torno do sempre ótimo Jon Cryer e um roteiro mais baseado em humor fugindo das velhas piadas padrão do personagem de Sheen, que invariavelmente eram sobre álcool, drogas, sexo e mulheres, simplesmente tiraram a série do 10º lugar entre as mais assistidas nos EUA, para o 3º lugar. Winning!
26/11/2011
22/11/2011
16/11/2011
SWU 2011
Fui ao Festival SWU durante o feriadão, no dia 14/11, e o que se segue é o meu relato - primeiro dos shows, e em seguida da infraestrutura do evento.
Graças à inclusão social em massa, hoje em dia todo mundo tem uma opinião, entretanto poucas pessoas conseguem estruturá-las com o mínimo de coerência. Ler os comentários das pessoas no facebook e no twitter me irritou um pouco, especialmente pela superficialidade dos mesmos e pela falta de embasamento de alguns locutores.
O troll diria: "não gostou? Então faz melhor!"
Faço sim. Mas segura aí, talvez seja o post mais longo que já escrevi aqui no blog. Entretanto, notem que estou descrevendo apenas aquilo que eu vi ou presenciei.
Raimundos
Infelizmente perdi o show dos Raimundos. Nós estávamos saindo do estacionamento (que era muito, muito longe da entrada do festival) quando este começou. Ao invés de falar do show, darei meu testemunho: eles foram uma bandas que mais escutei durante minha adolescência, pois cativavam com sua rebeldia caótica, desbocada e que mistura com sinceridade rock e ritmos brasileiros, com uma originalidade que muitos tentaram simular, mas quase ninguém conseguiu. Sim, o Rodolfo saiu da banda, muitas águas se passaram e os caras perderam o gás, alguns dirão. Não sei, terei que ver o show pela televisão numa reprise. Mas torço para que o Raimundos continue firme e forte.
Duff McKagan's Loaded
Eu gosto do Guns N'Roses, mas não sou um grande fã da banda. Minha irmã do meio é. Já o Duff, depois que ficou limpo, me parece ser um cara legal. Ele era o centro "punk" do GN'R, e na sua banda Loaded isso fica muito evidente. O som dos caras talvez não tenha sido feito para um grande festival com 70 mil pessoas. Se a apresentação fosse num clube menor, como o Manifesto Bar em São Paulo ou o Circo Voador no Rio de Janeiro, talvez a história fosse diferente. Eles tem uma boa pegada, tem ânimo e parecem querer fazer com que a banda dê certo.
Black Rebel Motorcycle Club
O BRMC talvez seja uma das bandas de rock mais interessantes que surgiram nos últimos 10 anos - eles misturam elementos de rock clássico com uma vibração cheia de originalidade e bom gosto. Peso na medida certa, músicas empolgantes, bom instrumental, mas infelizmente o show deles não traduziu isso para o público. Talvez a escolha de repertório da banda não tenha sido a melhor, mas o show meio que passou em branco e não atraiu a maior parte do público que ainda chegava e explorava a área do festival. Mas é uma boa banda e que merece mais atenção.
Down
O quê dizer? Eu amo Pantera. É uma das maiores bandas de metal que já surgiram na história, inclusive costumo dizer que eles fazem parte dos "Renegade Four" do thrash metal (Pantera, Testament, Exodus e Sepultura, caso alguém queira saber, mas isso é coisa minha). Entretanto, o Phil Anselmo não pode passar o resto da sua vida apenas colhendos os frutos do seu trabalho com o Pantera. O Down é legal, tem muitas músicas maneiras, mas no geral, o show foi repetitivo e linear. Não percebi nenhum grande momento, nenhuma grande tirada e Phil, torto de tanto beber (o quê o Rex Brown diria agora se te visse, hein?), apesar de empolgado e feliz, não segurou tão bem a onda.
311
Não vou negar que o instrumental dessa banda era legal. Bem executado, e os frontmen do 311 pareciam estar realmente felizes e empolgados com o show. Mas a grande falha da banda são as músicas deles - que saco! Parece que eles pegaram aquela fórmula fraquinha e repetitiva de grupos como o Linkin Park e Limp Bizkit, jogaram no liquidificador com Simple Plan e Blink 182, deram uma açucarada de animação da Miley Cirus e se prepararam para uma apresentação ao vivo no Disney Channel. Muito fraco, muito piegas.
Sonic Youth
Pra mim o festival começaria a engrenar com o Sonic Youth. A lendária banda americana entrou com tudo no palco, apesar dos cabelos grisalhos e das rugas, com uma energia e pique incríveis. Há de se respeitar o Sonic Youth pela sua capacidade de experimentação e coragem ao longos do anos, o que eles ainda demonstram. A performance do grupo foi tudo o que poderíamos esperar - animada, intensa, autocentrada. Existe uma diferença entre quem faz arte e a compartilha com o mundo e quem apenas tenta agradar os fãs (ouviram isso, 311?).
Primus
Qualquer coisa que eu escreva sobre o Primus não será suficiente. Les Claypool (o baixista, líder e dono do Primus, em termos gerais) é um gênio. Além de ser um instrumentista incrivelmente virtuoso, ele realmente tem jeito de gênio maluco. O som do Primus era, sempre foi e continua sendo louco, incômodo, estranho, inconveniente. O baixo de Claypool dispara uma constante cacofonia de notas em escalas alienígenas para o fã comum de rock e metal, mas ainda assim, tudo parece ter um sentido no Primus, mesmo que não seja aquele que nós esperamos.
Megadeth
Existe um motivo para o Megadeth ser o Megadeth. Há cerca de dois meses atrás o seu líder, Dave Mustaine, operou o pescoço por causa de um problema que o acompanhava há anos e o forçava a tomar analgésicos quase todo dia. Ele é um homem com 50 anos de idade e a turnê na América do Sul ficou ameaçada. Então Mustaine passou dois meses fazendo intensa fisioterapia pra poder vir pra cá. Ele não precisa de dinheiro, já tem suficiente. Não precisa de reconhecimento. O quê ele quer então? A palavra é superação. Não me interessa se você acha que o Dave Mustaine é um babaca, que o Metallica é melhor do que o Megadeth, a lição de verdade estava lá, naquele palco, como em todo show do Megadeth: uma banda tocando o melhor thrash metal possível, sempre. E por isso, Dave Mustaine e sua incrivelmente competetente trupe tem minha total admiração. Foi muito legal ver o Junior (Dave Ellefson) de novo na banda, ele tem uma sintonia muito legal com tudo o que é do Megadeth e nunca deveria ter saído do seu lugar. O Shawn Drover nunca deixa a desejar na bateria e Chris Broderick fica melhor a cada dia, não permitindo que os fãs sintam falta do Marty Friedman. Se você algum dia quiser aprender o que é um verdadeiro show de thrash metal, veja o Megadeth.
Stone Temple Pilots
Eu já tinha recebido referências muito boas do Stone Temple Pilots ao vivo e vou admitir: os caras supreendem em cima do palco. Eu achava que eles seriam meio burocráticos, que dessem "aquela enganadinha" pra cima do público, mas não - a banda além de ter um entrosamento muito raro no meio da música, segura a onda e o pique do show com excelência, equilibrando seus clássicos e hits ao longo da apresentação. Em um palco simples, sem frescuras e sem grande produção, com um público encharcado pela chuva mais forte do dia, o Stone Temple Pilots mostrou que não é uma banda caça-níqueis, que tem muito a mostrar ainda pela frente e muitos anos de estrada, pois eles conhecem os elementos básicos de um show: ter uma banda tocando música para um público. E isso eles executaram incrivelmente bem.
Alice in Chains
Esta era uma das bandas que eu mais aguardava no festival. Não apenas pelos clássicos da minha adolescência, mas pela curiosidade de os ouvir com um vocalista novo, fato raro em bandas "top" (no caso deles, forçado pela morte por overdose do Layne Staley). O início do show apresentou muitas músicas novas, o trabalho do último disco da banda e não empolgou tanto. Mas aí lá pra metade da apresentação, a guitarra do Jerry Cantrell puxa "Man in the Box"... E o SWU vai abaixo, cantando a música em coro. A partir daí, foi um clássico atrás do outro e o fato do novo vocalista William DuVall cantar as músicas com tanta propriedade só deixaram o público feliz e com a certeza de que depois daquele momento, o Faith no More não poderia vacilar para superar uma apresentação tão intensa.
Faith no More
Mike Patton e sua trupe não vacilaram. Aliás, pelo contrário. O show começou com estranheza, pois toda a banda estava vestida de branco e havia muitos vasos de flores espalhados pelo palco, como se este fosse um jardim. A maior parte do público ficou dizendo que "eles passaram na Bahia" ou então "eles montaram um terreiro de macumba no palco", mas a impressão que eu tive, bastante nítida, era que aquela produção simulava uma festa tradicional grega. No estilo "Zorba o Grego", inclusive o Mike Patton em vários momentos imitou uma dança que me parecia mais ser grega do que macumba. Mas o que importa é a música, não é verdade? Claro que não. O Faith no More é uma banda gigante no palco com sua música, mas o Mike Patton é a única estrela. Ele rouba a cena, esperneia, grita, se joga no chão, pula em cima dos câmeras, cospe, baba, tira sarro do público... Ele não pára nem um minuto e entre urros e exclamações desconexas, canta com uma voz soberba. Sim, a banda é formada por cinco caras, mas no palco você praticamente só vê Patton com outros quatro amigos. E olha que estamos falando de um grupo que tem Mike Bordin, Billy Gould e Roddy Bottum, que podem fazer parte de qualquer "dreamteam" musical. Em suma, foi um show quase perfeito, com setlist ordenado cuidadosamente e na medida certa para manter a platéia de pé e firme madrugada adentro.
Festival SWU
Olha, o local dos shows era muito legal. A organização com os dois palcos na mesma área, com intervalo de no máximo dez minutos entre cada apresentação das bandas principais é um sistema que funcionou muito bem na segunda-feira dia 14/11. Os problemas técnicos limitaram-se ao palco onde tocaram Load, Down, Sonic Youth, Megadeth e Alice in Chain, pois ao longo do dia o sistema de PA ficava aumentando e abaixando o som bruscamente, ou então reduzindo os agudos do nada. Tirando isso, tecnicamente, o festival está de parabéns.
A oferta de alimentos e bebidas era farta e não era tão cara como em eventos similares, tal o "Rock in Rio." Um copo de água custava R$ 5 e um copo grande de cerveja Heineken saía por R$ 7. Eu mesmo tomei uns 4 ou 5 copos (de cerveja, claro). Quem está acostumado a frequentar shows e eventos do tipo sabe que os preços por uma cerveja, água ou refrigerante, podem ser bem piores. A área dos shows, asfaltada, foi de uma providência sem tamanho, pois mesmo com toda a chuva que caiu ao longo do dia nós não fomos forçados a chafurdar na lama.
O mesmo não aconteceu com o estacionamento.
O estacionamento do SWU era num PASTO. Sim, isso mesmo. Nós paramos os carros na grama meio enlameada e de lá tivemos que andar muito até chegar na entrada do festival - a saída do estacionamento era muito, mas muito distante da entrada do evento. E no retorno ao carro uma surpresa: o estacionamento virou um lamaçal e os carros que tivessem mais de duas pessoas dentro estavam atolando ali. Sem nenhum suporte além de um trator e vários funcionários completamente desnorteados, as pessoas tinham que tirar seus carros do estacionamento na garra e no braço mesmo.
Pra piorar, os policiais de Paulínia estavam multando quem parasse na rotatória, logo na saída do estacionamento, para pegar seus amigos que vinham andando da saída do festival. Eu vi uma policial multando um monte de gente silenciosamente, realizando todas as anotações escondida - bastava que você parasse seu carro por 10 segundos, que tomava uma multa.
Além disso, foi um inferno chegar no SWU de carro. Todas as placas indicativas estavam mal posicionadas e nós demos muitas voltas pra conseguir achar o tal "estacionamento" acima mencionado.
A música oferecida pelo evento foi soberba, no balanço geral. Mas se o próximo SWU tiver uma estrutura logística tão boa quanto a do atual, ano que vem a vontade que eu tenho é de ficar em casa. Mas vá lá, quem sabe eles não anunciam o show de reunião do Savatage ou do Black Sabbath? Aí não tem jeito. Viro novamente um refém no pasto.
Fotos: Divulgação, Jornal do Brasil e Pedro Carrilho, Marcos Hermes, Caroline Bittencourt, Flora Pimentel para o Território da Música.
Graças à inclusão social em massa, hoje em dia todo mundo tem uma opinião, entretanto poucas pessoas conseguem estruturá-las com o mínimo de coerência. Ler os comentários das pessoas no facebook e no twitter me irritou um pouco, especialmente pela superficialidade dos mesmos e pela falta de embasamento de alguns locutores.
O troll diria: "não gostou? Então faz melhor!"
Faço sim. Mas segura aí, talvez seja o post mais longo que já escrevi aqui no blog. Entretanto, notem que estou descrevendo apenas aquilo que eu vi ou presenciei.
Raimundos
Infelizmente perdi o show dos Raimundos. Nós estávamos saindo do estacionamento (que era muito, muito longe da entrada do festival) quando este começou. Ao invés de falar do show, darei meu testemunho: eles foram uma bandas que mais escutei durante minha adolescência, pois cativavam com sua rebeldia caótica, desbocada e que mistura com sinceridade rock e ritmos brasileiros, com uma originalidade que muitos tentaram simular, mas quase ninguém conseguiu. Sim, o Rodolfo saiu da banda, muitas águas se passaram e os caras perderam o gás, alguns dirão. Não sei, terei que ver o show pela televisão numa reprise. Mas torço para que o Raimundos continue firme e forte.
Duff McKagan's Loaded
Eu gosto do Guns N'Roses, mas não sou um grande fã da banda. Minha irmã do meio é. Já o Duff, depois que ficou limpo, me parece ser um cara legal. Ele era o centro "punk" do GN'R, e na sua banda Loaded isso fica muito evidente. O som dos caras talvez não tenha sido feito para um grande festival com 70 mil pessoas. Se a apresentação fosse num clube menor, como o Manifesto Bar em São Paulo ou o Circo Voador no Rio de Janeiro, talvez a história fosse diferente. Eles tem uma boa pegada, tem ânimo e parecem querer fazer com que a banda dê certo.
O BRMC talvez seja uma das bandas de rock mais interessantes que surgiram nos últimos 10 anos - eles misturam elementos de rock clássico com uma vibração cheia de originalidade e bom gosto. Peso na medida certa, músicas empolgantes, bom instrumental, mas infelizmente o show deles não traduziu isso para o público. Talvez a escolha de repertório da banda não tenha sido a melhor, mas o show meio que passou em branco e não atraiu a maior parte do público que ainda chegava e explorava a área do festival. Mas é uma boa banda e que merece mais atenção.
Down
O quê dizer? Eu amo Pantera. É uma das maiores bandas de metal que já surgiram na história, inclusive costumo dizer que eles fazem parte dos "Renegade Four" do thrash metal (Pantera, Testament, Exodus e Sepultura, caso alguém queira saber, mas isso é coisa minha). Entretanto, o Phil Anselmo não pode passar o resto da sua vida apenas colhendos os frutos do seu trabalho com o Pantera. O Down é legal, tem muitas músicas maneiras, mas no geral, o show foi repetitivo e linear. Não percebi nenhum grande momento, nenhuma grande tirada e Phil, torto de tanto beber (o quê o Rex Brown diria agora se te visse, hein?), apesar de empolgado e feliz, não segurou tão bem a onda.
311
Não vou negar que o instrumental dessa banda era legal. Bem executado, e os frontmen do 311 pareciam estar realmente felizes e empolgados com o show. Mas a grande falha da banda são as músicas deles - que saco! Parece que eles pegaram aquela fórmula fraquinha e repetitiva de grupos como o Linkin Park e Limp Bizkit, jogaram no liquidificador com Simple Plan e Blink 182, deram uma açucarada de animação da Miley Cirus e se prepararam para uma apresentação ao vivo no Disney Channel. Muito fraco, muito piegas.
Sonic Youth
Pra mim o festival começaria a engrenar com o Sonic Youth. A lendária banda americana entrou com tudo no palco, apesar dos cabelos grisalhos e das rugas, com uma energia e pique incríveis. Há de se respeitar o Sonic Youth pela sua capacidade de experimentação e coragem ao longos do anos, o que eles ainda demonstram. A performance do grupo foi tudo o que poderíamos esperar - animada, intensa, autocentrada. Existe uma diferença entre quem faz arte e a compartilha com o mundo e quem apenas tenta agradar os fãs (ouviram isso, 311?).
Primus
Qualquer coisa que eu escreva sobre o Primus não será suficiente. Les Claypool (o baixista, líder e dono do Primus, em termos gerais) é um gênio. Além de ser um instrumentista incrivelmente virtuoso, ele realmente tem jeito de gênio maluco. O som do Primus era, sempre foi e continua sendo louco, incômodo, estranho, inconveniente. O baixo de Claypool dispara uma constante cacofonia de notas em escalas alienígenas para o fã comum de rock e metal, mas ainda assim, tudo parece ter um sentido no Primus, mesmo que não seja aquele que nós esperamos.
Megadeth
Existe um motivo para o Megadeth ser o Megadeth. Há cerca de dois meses atrás o seu líder, Dave Mustaine, operou o pescoço por causa de um problema que o acompanhava há anos e o forçava a tomar analgésicos quase todo dia. Ele é um homem com 50 anos de idade e a turnê na América do Sul ficou ameaçada. Então Mustaine passou dois meses fazendo intensa fisioterapia pra poder vir pra cá. Ele não precisa de dinheiro, já tem suficiente. Não precisa de reconhecimento. O quê ele quer então? A palavra é superação. Não me interessa se você acha que o Dave Mustaine é um babaca, que o Metallica é melhor do que o Megadeth, a lição de verdade estava lá, naquele palco, como em todo show do Megadeth: uma banda tocando o melhor thrash metal possível, sempre. E por isso, Dave Mustaine e sua incrivelmente competetente trupe tem minha total admiração. Foi muito legal ver o Junior (Dave Ellefson) de novo na banda, ele tem uma sintonia muito legal com tudo o que é do Megadeth e nunca deveria ter saído do seu lugar. O Shawn Drover nunca deixa a desejar na bateria e Chris Broderick fica melhor a cada dia, não permitindo que os fãs sintam falta do Marty Friedman. Se você algum dia quiser aprender o que é um verdadeiro show de thrash metal, veja o Megadeth.
Stone Temple Pilots
Eu já tinha recebido referências muito boas do Stone Temple Pilots ao vivo e vou admitir: os caras supreendem em cima do palco. Eu achava que eles seriam meio burocráticos, que dessem "aquela enganadinha" pra cima do público, mas não - a banda além de ter um entrosamento muito raro no meio da música, segura a onda e o pique do show com excelência, equilibrando seus clássicos e hits ao longo da apresentação. Em um palco simples, sem frescuras e sem grande produção, com um público encharcado pela chuva mais forte do dia, o Stone Temple Pilots mostrou que não é uma banda caça-níqueis, que tem muito a mostrar ainda pela frente e muitos anos de estrada, pois eles conhecem os elementos básicos de um show: ter uma banda tocando música para um público. E isso eles executaram incrivelmente bem.
Alice in Chains
Esta era uma das bandas que eu mais aguardava no festival. Não apenas pelos clássicos da minha adolescência, mas pela curiosidade de os ouvir com um vocalista novo, fato raro em bandas "top" (no caso deles, forçado pela morte por overdose do Layne Staley). O início do show apresentou muitas músicas novas, o trabalho do último disco da banda e não empolgou tanto. Mas aí lá pra metade da apresentação, a guitarra do Jerry Cantrell puxa "Man in the Box"... E o SWU vai abaixo, cantando a música em coro. A partir daí, foi um clássico atrás do outro e o fato do novo vocalista William DuVall cantar as músicas com tanta propriedade só deixaram o público feliz e com a certeza de que depois daquele momento, o Faith no More não poderia vacilar para superar uma apresentação tão intensa.
Faith no More
Mike Patton e sua trupe não vacilaram. Aliás, pelo contrário. O show começou com estranheza, pois toda a banda estava vestida de branco e havia muitos vasos de flores espalhados pelo palco, como se este fosse um jardim. A maior parte do público ficou dizendo que "eles passaram na Bahia" ou então "eles montaram um terreiro de macumba no palco", mas a impressão que eu tive, bastante nítida, era que aquela produção simulava uma festa tradicional grega. No estilo "Zorba o Grego", inclusive o Mike Patton em vários momentos imitou uma dança que me parecia mais ser grega do que macumba. Mas o que importa é a música, não é verdade? Claro que não. O Faith no More é uma banda gigante no palco com sua música, mas o Mike Patton é a única estrela. Ele rouba a cena, esperneia, grita, se joga no chão, pula em cima dos câmeras, cospe, baba, tira sarro do público... Ele não pára nem um minuto e entre urros e exclamações desconexas, canta com uma voz soberba. Sim, a banda é formada por cinco caras, mas no palco você praticamente só vê Patton com outros quatro amigos. E olha que estamos falando de um grupo que tem Mike Bordin, Billy Gould e Roddy Bottum, que podem fazer parte de qualquer "dreamteam" musical. Em suma, foi um show quase perfeito, com setlist ordenado cuidadosamente e na medida certa para manter a platéia de pé e firme madrugada adentro.
Festival SWU
Olha, o local dos shows era muito legal. A organização com os dois palcos na mesma área, com intervalo de no máximo dez minutos entre cada apresentação das bandas principais é um sistema que funcionou muito bem na segunda-feira dia 14/11. Os problemas técnicos limitaram-se ao palco onde tocaram Load, Down, Sonic Youth, Megadeth e Alice in Chain, pois ao longo do dia o sistema de PA ficava aumentando e abaixando o som bruscamente, ou então reduzindo os agudos do nada. Tirando isso, tecnicamente, o festival está de parabéns.
A oferta de alimentos e bebidas era farta e não era tão cara como em eventos similares, tal o "Rock in Rio." Um copo de água custava R$ 5 e um copo grande de cerveja Heineken saía por R$ 7. Eu mesmo tomei uns 4 ou 5 copos (de cerveja, claro). Quem está acostumado a frequentar shows e eventos do tipo sabe que os preços por uma cerveja, água ou refrigerante, podem ser bem piores. A área dos shows, asfaltada, foi de uma providência sem tamanho, pois mesmo com toda a chuva que caiu ao longo do dia nós não fomos forçados a chafurdar na lama.
O mesmo não aconteceu com o estacionamento.
O estacionamento do SWU era num PASTO. Sim, isso mesmo. Nós paramos os carros na grama meio enlameada e de lá tivemos que andar muito até chegar na entrada do festival - a saída do estacionamento era muito, mas muito distante da entrada do evento. E no retorno ao carro uma surpresa: o estacionamento virou um lamaçal e os carros que tivessem mais de duas pessoas dentro estavam atolando ali. Sem nenhum suporte além de um trator e vários funcionários completamente desnorteados, as pessoas tinham que tirar seus carros do estacionamento na garra e no braço mesmo.
Pra piorar, os policiais de Paulínia estavam multando quem parasse na rotatória, logo na saída do estacionamento, para pegar seus amigos que vinham andando da saída do festival. Eu vi uma policial multando um monte de gente silenciosamente, realizando todas as anotações escondida - bastava que você parasse seu carro por 10 segundos, que tomava uma multa.
Além disso, foi um inferno chegar no SWU de carro. Todas as placas indicativas estavam mal posicionadas e nós demos muitas voltas pra conseguir achar o tal "estacionamento" acima mencionado.
A música oferecida pelo evento foi soberba, no balanço geral. Mas se o próximo SWU tiver uma estrutura logística tão boa quanto a do atual, ano que vem a vontade que eu tenho é de ficar em casa. Mas vá lá, quem sabe eles não anunciam o show de reunião do Savatage ou do Black Sabbath? Aí não tem jeito. Viro novamente um refém no pasto.
Fotos: Divulgação, Jornal do Brasil e Pedro Carrilho, Marcos Hermes, Caroline Bittencourt, Flora Pimentel para o Território da Música.
30/10/2011
Câncer
Você que está lendo isso aqui, iria para o SUS se já não tivesse plano de saúde? Iria para um hospital público se não pudesse ir para um particular?
Os problemas do Brasil são grandes e poucos políticos isentos de culpa. Mas não se brinca com a doença alheia. O câncer pode ceifar a vida de qualquer um, acho de extremo mau gosto essas piadas que estão rolando na internet com o Lula, ou as que rolavam com a Dilma. Câncer não é brincadeira.
Não sou petista. Não sou partidário. Mas é com respeito que começo qualquer discussão.
27/10/2011
Desabafo sobre gatos
É, agora é só um desabafo mesmo. Já cansei de todas as vezes nas quais escutei pessoas criticando gatos, falando mal deles ou até atribuindo características negativas sem qualquer embasamento. Pra piorar, as mesmas pessoas vêem fotos de filhotinhos de gato fofinhos na internet e ficam pra morrer, achando tudo muito lindo e maravilhoso.
Enquanto isso, tem muita gente por aí chutando, dando paulada, arrancando pedaços de gatos na rua. Outro dia uma protetora de gatos com a qual tenho contato pelo facebook compartilhou a foto de uma gata que foi colocada para adoção... Ela foi encontrada com os dois olhos arrancados.
O último a falar merda foi o padre Marcelo Rossi, que compartilhou com fiéis de sua igreja sua opinião sobre gatos: que eles são "traiçoeiros." Ah, bacana. Que coisa linda, humana, que atitude de amor e compaixão. Vou compartilhar com o mundo a lição que aprendi com este moço tão simpático:
Não gosto de padres pois todos eles são pedófilos sujos e nojentos. Vejam aqui a prova.
Ou estou pegando pesado demais? Tsc tsc... Eu deveria generalizar menos, né?
23/10/2011
Foco
Então, eu sinto que tenho que tirar uma coisa do peito. Já havia tomado a decisão alguns dias atrás, mas só hoje decidi colocar em palavras: não vou mais comemorar meu aniversário.
Estou ficando mais velho e progressivamente anti-social por causa disso. Recentemente falei um pouco sobre isso neste post. Então fiz minha festa de aniversário com um show da minha banda, mas não foi quase ninguém. Claro, muitas pessoas pediram desculpas pois realmente estavam impedidas de comparecer, mas ainda assim apareceu muito pouca gente. O pior lado da história é que a festa tinha um bom objetivo, o qual não foi alcançado.
Até alguns anos atrás, sempre fiz questão de comemorar meu aniversário em múltiplas fases, para poder encontrar com meus amigos do Rio, de Niterói, minha família, etc. Sinceramente, não tenho mais paciência pra isso. A partir de 2012, não farei mais nada além de uma pequena reunião em casa com meia dúzia dos meus amigos mais íntimos - se quase todo mundo que eu conheço só faz isso, porquê eu não deveria?
Mas o mais importante nesta nova fase se chama foco. Em uma semana, só tenho em média 50 horas livres para meus projetos pessoais, tenho que começar a fazer cada uma dessas horas render mais ainda. Mas como?
- Ser menos sedentário;
- Praticar mais guitarra e violão;
- Escrever mais;
- Me divertir mais;
- Ver menos televisão;
- Passar menos tempo no computador.
E claro, perder menos tempo com outras coisas que não valham tanto a pena.
Estou ficando mais velho e progressivamente anti-social por causa disso. Recentemente falei um pouco sobre isso neste post. Então fiz minha festa de aniversário com um show da minha banda, mas não foi quase ninguém. Claro, muitas pessoas pediram desculpas pois realmente estavam impedidas de comparecer, mas ainda assim apareceu muito pouca gente. O pior lado da história é que a festa tinha um bom objetivo, o qual não foi alcançado.
Até alguns anos atrás, sempre fiz questão de comemorar meu aniversário em múltiplas fases, para poder encontrar com meus amigos do Rio, de Niterói, minha família, etc. Sinceramente, não tenho mais paciência pra isso. A partir de 2012, não farei mais nada além de uma pequena reunião em casa com meia dúzia dos meus amigos mais íntimos - se quase todo mundo que eu conheço só faz isso, porquê eu não deveria?
Mas o mais importante nesta nova fase se chama foco. Em uma semana, só tenho em média 50 horas livres para meus projetos pessoais, tenho que começar a fazer cada uma dessas horas render mais ainda. Mas como?
- Ser menos sedentário;
- Praticar mais guitarra e violão;
- Escrever mais;
- Me divertir mais;
- Ver menos televisão;
- Passar menos tempo no computador.
E claro, perder menos tempo com outras coisas que não valham tanto a pena.
14/10/2011
Rafinha, Wanessa, Bebês e Gaiman
Pode parecer que não, mas venho acompanhando alguns assuntos há algum tempo. Por exemplo, como funciona o humor brasileiro de hoje em dia. Agora o Rafinha Bastos diz sobre a Wanessa Camargo, grávida: “comeria ela e o bebê, não tô nem aí! Tô nem aí!”
"Ah, é só piada, vocês não tem censo de humor?"
"Censura! Censura! Você está cerceando meu direito de expressão!"
Eu não vejo o CQC por isso. Como todo bom humor da televisão, está indo longe demais. Mas ao invés de cair na mediocridade simplória de "A Praça É Nossa" ou "Zorra Total", ou na repetição insossa do "Pânico na TV", o CQC tenta ser irreverente e politicamente incorreto. Mas tem limite pra tudo, né.
Que fique claro: eu não comeria a Wanessa grávida ou não grávida. E muito menos o bebê dela, ou de qualquer outra pessoa:
"Ah, é só piada, vocês não tem censo de humor?"
"Censura! Censura! Você está cerceando meu direito de expressão!"
Eu não vejo o CQC por isso. Como todo bom humor da televisão, está indo longe demais. Mas ao invés de cair na mediocridade simplória de "A Praça É Nossa" ou "Zorra Total", ou na repetição insossa do "Pânico na TV", o CQC tenta ser irreverente e politicamente incorreto. Mas tem limite pra tudo, né.
Que fique claro: eu não comeria a Wanessa grávida ou não grávida. E muito menos o bebê dela, ou de qualquer outra pessoa:
11/10/2011
Prestação de Contas
Sexta-feira passada comemorei meu aniversário com um show da minha banda no Espaço Convés. O objetivo era que todo o lucro do evento fosse revertido para a Casa do Ronald McDonald, um instituição de caridade de abriga crianças com câncer em tratamento.
Vou ser bastante sucinto. Conforme prometido, a prestação de contas do meu aniversário segue abaixo. Não vou abrir publicamente os custos exatos com o aluguel da casa, equipe de sonorização e outros, pois isso poderia prejudicar o negócio dos meus fornecedores.
Custos do evento: R$ 750,00
Bilheteria: R$ 320,00
Lucro/Prejuízo: (R$ 430,00)
Não foi dessa vez. Além disso, colocamos uma lata para recolhimento de doações no dia do evento, a qual recebeu R$ 43,55. Este dinheiro será enviado para a Casa do Ronald. Por coincidência, hoje descobri que o blog "Bule Voador", que assim como eu faz parte da Liga Humanista Secular do Brasil, também está oficialmente apoiando a instituição. Vale a pena divulgar essa idéia.
Vou ser bastante sucinto. Conforme prometido, a prestação de contas do meu aniversário segue abaixo. Não vou abrir publicamente os custos exatos com o aluguel da casa, equipe de sonorização e outros, pois isso poderia prejudicar o negócio dos meus fornecedores.
Custos do evento: R$ 750,00
Bilheteria: R$ 320,00
Lucro/Prejuízo: (R$ 430,00)
Não foi dessa vez. Além disso, colocamos uma lata para recolhimento de doações no dia do evento, a qual recebeu R$ 43,55. Este dinheiro será enviado para a Casa do Ronald. Por coincidência, hoje descobri que o blog "Bule Voador", que assim como eu faz parte da Liga Humanista Secular do Brasil, também está oficialmente apoiando a instituição. Vale a pena divulgar essa idéia.
20/07/2011
25/06/2011
Novos Projetos
Tenho escrito pouco aqui e também passado pouco tempo usando a internet porque estou com uma série de projetos novos. Para começar, este ícone aqui do lado diz muito.
O primeiro projeto é a minha nova banda de blues rock, a Bluesgraf ("minha" entre aspas, foram o Ayrton, Luciano e Luiz Claudio que aceitaram meu ingresso na banda). Temos blog e página no facebook até o momento. Falta muita coisa ainda antes de subirmos no palco, como terminar de ensaiar um set list decente (temos algo entre 20 e 25 músicas em mente), terminar o design/apresentação (definir o logo, etc etc) e quem sabe, escrever mais músicas. Tem sido bem legal participar disso, pois o fato dos outros três caras na banda serem alguns dos músicos mais talentosos que já conheci me faz ser mais exigente comigo mesmo e com meu desempenho. Então tenho cuidado bastante da minha voz e garganta, especialmente com este inverno que ensaia finalmente vir pra ficar por um bom tempo.
O segundo projeto foi voltar pra academia de verdade, não apenas de brincadeirinha, esporadicamente ou quando me der na telha. E está completamente relacionado à minha nova banda e a necessidade de estar em boa forma física para cantar melhor, além de todos os outros benefícios, como ter uma vida mais saudável, viver mais e blá blá blá. Os homens na minha família tem o hábito de só morrer depois dos 90 anos de idade, tenho que fazer jus à tradição.
O terceiro projeto é terminar de escrever um livro. Sim, a primeira metade já foi. O mais engraçado é que como este livro foi comissionado pela minha cara-metade e parceira-no-crime Clara Edwiges, ela é quem vai decidir se depois de pronto outras pessoas poderão lê-lo. Eu estou gostando do que já coloquei no papel e inclusive tenho o final já desenhado na minha cabeça. Mas descobri a duras penas que escrever uma história longa é um exercício de paciência - são os detalhes e o recheio que captam a atenção e dão vida ao que você quer descrever. Simplesmente apressar tudo para chegar ao clímax seria basicamente como sexo ruim com ejaculação precoce. A boa história tem que ter preliminares, variação, diferentes posições e pontos de vista, reviravoltas e então sim, ter um grand finale. Ou até mais de um.
Aí eu pensei em dar um bom conselho para fechar este pequeno trecho de "meu querido diário" aqui, fazendo um comentário espirituoso sobre o dia de hoje, 25 de Junho. Só que quando fui pesquisar na Wikipédia, descobri que hoje é celebrado o Dia do Cotonete. Porra, não dá pra fazer piada boa com isso, o dia em si já é uma. Então, sei lá, limpem seus ouvidos direito hoje.
O primeiro projeto é a minha nova banda de blues rock, a Bluesgraf ("minha" entre aspas, foram o Ayrton, Luciano e Luiz Claudio que aceitaram meu ingresso na banda). Temos blog e página no facebook até o momento. Falta muita coisa ainda antes de subirmos no palco, como terminar de ensaiar um set list decente (temos algo entre 20 e 25 músicas em mente), terminar o design/apresentação (definir o logo, etc etc) e quem sabe, escrever mais músicas. Tem sido bem legal participar disso, pois o fato dos outros três caras na banda serem alguns dos músicos mais talentosos que já conheci me faz ser mais exigente comigo mesmo e com meu desempenho. Então tenho cuidado bastante da minha voz e garganta, especialmente com este inverno que ensaia finalmente vir pra ficar por um bom tempo.
O segundo projeto foi voltar pra academia de verdade, não apenas de brincadeirinha, esporadicamente ou quando me der na telha. E está completamente relacionado à minha nova banda e a necessidade de estar em boa forma física para cantar melhor, além de todos os outros benefícios, como ter uma vida mais saudável, viver mais e blá blá blá. Os homens na minha família tem o hábito de só morrer depois dos 90 anos de idade, tenho que fazer jus à tradição.
O terceiro projeto é terminar de escrever um livro. Sim, a primeira metade já foi. O mais engraçado é que como este livro foi comissionado pela minha cara-metade e parceira-no-crime Clara Edwiges, ela é quem vai decidir se depois de pronto outras pessoas poderão lê-lo. Eu estou gostando do que já coloquei no papel e inclusive tenho o final já desenhado na minha cabeça. Mas descobri a duras penas que escrever uma história longa é um exercício de paciência - são os detalhes e o recheio que captam a atenção e dão vida ao que você quer descrever. Simplesmente apressar tudo para chegar ao clímax seria basicamente como sexo ruim com ejaculação precoce. A boa história tem que ter preliminares, variação, diferentes posições e pontos de vista, reviravoltas e então sim, ter um grand finale. Ou até mais de um.
Aí eu pensei em dar um bom conselho para fechar este pequeno trecho de "meu querido diário" aqui, fazendo um comentário espirituoso sobre o dia de hoje, 25 de Junho. Só que quando fui pesquisar na Wikipédia, descobri que hoje é celebrado o Dia do Cotonete. Porra, não dá pra fazer piada boa com isso, o dia em si já é uma. Então, sei lá, limpem seus ouvidos direito hoje.
06/06/2011
19/05/2011
Atualizações
Mais de uma semana depois da criação do tal evento no facebook para tentar promover o fim da corrupção no Brasil, acho que é seguro dizer como ele falhou miseravelmente. O pior é que isto era apenas o que eu esperava.
Enviei o convite para 570 amigos no facebook. Dez dias depois a mensagem chegou a apenas 2137 pessoas, incluindo as que não responderam ao convite e as que declinaram. Foi um aumento considerável para o curto espaço de tempo... O número de convidados aumentou em 375%. Entretanto, o que são pouco mais do que 2000 pessoas para o cenário nacional?
Acho que isso diz muito sobre o comportamento online das pessoas hoje em dia. No evento do facebook há vários comentários incrédulos, desesperançosos, desesperados. Tive até que remover alguns mais debochados e polêmicos, como o de um engraçadinho que disse ser a favor da corrupção.
Sinceramente? De agora em diante estou pouco me fodendo para esta postura global. Vou fazer minha parte e quem quiser que me siga... O povo só quer pão e não estou falando daqueles desprovidos de acesso a uma boa educação ou ferramentas como a internet.
Por isso vou contar um segredo para quem lê este blog: tem muita coisa acontecendo na minha vida agora. Dividir o tempo entre meu casamento, família, amigos, trabalho e projetos não é fácil. Especialmente agora que estou fazendo novas amizades, reatando outras que acreditava ter perdido há anos e iniciando projetos incríveis e com alto padrão.
É hora de focar naquilo que realmente me é importante e querido - minha própria vida. Somente assim conseguirei fazer com que a minha voz não seja ouvida apenas por uma elite pseudo-intelectual em um site de relacionamentos ou por meus amigos.
O mundo está aqui para nós e uma hora o tempo vai acabar. É hora de pensar grande. Sugiro que todos que estiverem lendo isto aqui façam o mesmo.
Enviei o convite para 570 amigos no facebook. Dez dias depois a mensagem chegou a apenas 2137 pessoas, incluindo as que não responderam ao convite e as que declinaram. Foi um aumento considerável para o curto espaço de tempo... O número de convidados aumentou em 375%. Entretanto, o que são pouco mais do que 2000 pessoas para o cenário nacional?
Acho que isso diz muito sobre o comportamento online das pessoas hoje em dia. No evento do facebook há vários comentários incrédulos, desesperançosos, desesperados. Tive até que remover alguns mais debochados e polêmicos, como o de um engraçadinho que disse ser a favor da corrupção.
Sinceramente? De agora em diante estou pouco me fodendo para esta postura global. Vou fazer minha parte e quem quiser que me siga... O povo só quer pão e não estou falando daqueles desprovidos de acesso a uma boa educação ou ferramentas como a internet.
Por isso vou contar um segredo para quem lê este blog: tem muita coisa acontecendo na minha vida agora. Dividir o tempo entre meu casamento, família, amigos, trabalho e projetos não é fácil. Especialmente agora que estou fazendo novas amizades, reatando outras que acreditava ter perdido há anos e iniciando projetos incríveis e com alto padrão.
É hora de focar naquilo que realmente me é importante e querido - minha própria vida. Somente assim conseguirei fazer com que a minha voz não seja ouvida apenas por uma elite pseudo-intelectual em um site de relacionamentos ou por meus amigos.
O mundo está aqui para nós e uma hora o tempo vai acabar. É hora de pensar grande. Sugiro que todos que estiverem lendo isto aqui façam o mesmo.
16/05/2011
Um ano sem Ronnie James Dio
DIO jamais será esquecido pelos seus fãs.
I could have been a dreamer
'Cause dreams are what we are
'Cause dreams are what we are
I could have been a dreamer
'Cause dreamers never die
- Ronnie James Dio
09/05/2011
O Fim da Corrupção no Brasil
Utopia? Talvez. Este fim-de-semana um amigo me contou que o trânsito estava ruim por causa da manifestação contra o aumento da gasolina, sexta-feira de noite. Perguntei: "aquela manifestação que começou com um convite para evento no facebook?" E resposta foi positiva.
Então comecei a pensar. O Brasil talvez seja o país com o maior índice de inclusão digital no mundo. Não tenho certeza, se alguém puder me apresentar a estatística correta eu ficaria muito grato. Mas às vezes a impressão que temos é esta. Hoje os brasileiros descobriram a maravilha que é fuxicar no facebook e usar sua ferramenta de eventos para divulgar shows, atrações culturais e outras coisas menos interessantes, como correntes e piadinhas do tipo "o mundo vai acabar em 2012."
E continuei pensando. Se este potencial de internet conseguiu transformar uma manifestação virtual, no caso do aumento da gasolina, em manifestação física no país inteiro, por quê não fazê-lo com algo que particularmente eu acredito ser mais pertinente? Será que daria certo?
Acabei de criar no facebook este evento, "O Fim da Corrupção no Brasil" e enviei o convite para todos meus amigos. O convite inicial tinha cerca de 570 pessoas e em menos de 10 minutos já subiu para cerca de 850. Se isto ajudar a pelo menos levantar uma percepção geral de como podemos utilizar melhor nosso tempo e esforços para tentar fazer coisas boas, já valeu a pena. Uma ou outra vez já expus algumas opiniões sobre o assunto aqui no meu blog, seja em post comum ou em formato de crônica. Mas qual será a verdadeira extensão desta ferramenta do facebook?
Quanto menos corrupção tivermos no Brasil, teremos menos mortes em hospitais públicos. Policiais terão bons soldos e não serão corrompidos com facilidade. Isso significa mais segurança para todos. Escolas e faculdade públicas terão mais orçamento para poder de fato cuidar da educação de nossa juventude e não apenas tapar o sol com uma peneira para que este ou aquele governo apareça bem nas estatísticas. Teremos menos impunidade, mais orgulho de viver num país que luta por boas causas e com um povo orgulhoso que quer a felicidade acima de tudo.
Talvez seja uma linda utopia.
Então comecei a pensar. O Brasil talvez seja o país com o maior índice de inclusão digital no mundo. Não tenho certeza, se alguém puder me apresentar a estatística correta eu ficaria muito grato. Mas às vezes a impressão que temos é esta. Hoje os brasileiros descobriram a maravilha que é fuxicar no facebook e usar sua ferramenta de eventos para divulgar shows, atrações culturais e outras coisas menos interessantes, como correntes e piadinhas do tipo "o mundo vai acabar em 2012."
E continuei pensando. Se este potencial de internet conseguiu transformar uma manifestação virtual, no caso do aumento da gasolina, em manifestação física no país inteiro, por quê não fazê-lo com algo que particularmente eu acredito ser mais pertinente? Será que daria certo?
Acabei de criar no facebook este evento, "O Fim da Corrupção no Brasil" e enviei o convite para todos meus amigos. O convite inicial tinha cerca de 570 pessoas e em menos de 10 minutos já subiu para cerca de 850. Se isto ajudar a pelo menos levantar uma percepção geral de como podemos utilizar melhor nosso tempo e esforços para tentar fazer coisas boas, já valeu a pena. Uma ou outra vez já expus algumas opiniões sobre o assunto aqui no meu blog, seja em post comum ou em formato de crônica. Mas qual será a verdadeira extensão desta ferramenta do facebook?
Quanto menos corrupção tivermos no Brasil, teremos menos mortes em hospitais públicos. Policiais terão bons soldos e não serão corrompidos com facilidade. Isso significa mais segurança para todos. Escolas e faculdade públicas terão mais orçamento para poder de fato cuidar da educação de nossa juventude e não apenas tapar o sol com uma peneira para que este ou aquele governo apareça bem nas estatísticas. Teremos menos impunidade, mais orgulho de viver num país que luta por boas causas e com um povo orgulhoso que quer a felicidade acima de tudo.
Talvez seja uma linda utopia.
28/03/2011
Mais um relato de violência urbana
Uma pequena pausa antes de começar a nova fase do meu blog, como comentei no post anterior (ainda estou trabalhando no material). Ao contrário da programação normal, o relato abaixo é de um amigo que pediu que a sua opinião fosse divulgada aqui. Como acho que é pertinente, aqui está. Mostra bem a banalidade. Não aconteceu nada de grave com o meu amigo e sua esposa, mas poderia ter acontecido e com muita frequência a situação abaixo descrita normalmente é mais rápida, violenta e com final triste. Muito mais triste. No fim das contas é uma questão de estatística: um grande número de pequenos crimes levam as pessoas a cometerem crimes mais graves e assim por diante. Um dia, quem sabe, todos os ladrões de galinhas deste país não possam se reunir em Brasília para confraternizar?
É muito triste constatar o declínio de uma cidade, Niterói, que já foi a "Cidade Sorriso", a cidade com a quarta melhor qualidade de vida do país, hoje ostenta uma decrepitude mórbida pontuada pela violência e descaso.
Hoje pela segunda vez sofri uma tentativa de assalto enquanto passeava com minha esposa pelo calçadão da praia de Icaraí, um dos IPTUs mais caros de todo país, paramos em um dos cartões postais da cidade, a pedra de Itapuca, onde olhamos o mar com frequência, muito embora a água seja muito suja mesmo com mais de 15 anos de investimento em sua limpeza, e fomos abordados por um casal jovem, a menina, muito magra e pequena o homem magro e tentando firmemente impor o medo.
Sou um homem razoavelmente alto e felizmente com uma certa dose de sangue frio, minha esposa muito embora seja pequena é bem calma. Fomos abordados de frente com os dizeres “não reage”, que sinto dizer, tive que pedir para o rapaz repetir, pois realmente não entendi, eles se aproximaram e a menina se colocou a minha direita, fora do meu campo de visão e começou a abordar minha esposa, o homem alegou estar armado e pousou a mão na cintura sobre a camisa, em uma tentativa de reforçar suas palavras, não pude ver com muita clareza mas supus que ele não estava armado, disse para ele que ele não estava armado e ele fez o mesmo gesto só que dessa vez foi mais incisivo e menos pensado, minha esposa falou para a mulher largar a bolsa e eu me voltei, minha esposa e a mulher lutavam pela bolsa enquanto a mulher praguejava e dizia para o homem atirar na gente com a pretensa arma, segurei a mulher pelo pescoço e apertei, minha mão conseguia envolver boa parte do pescoço e a mulher largou a bolsa e saiu de perto, me voltei para o homem q estava vindo em minha direção, ouvimos uma moto parar na curva e todos 4 reparamos que o motoqueiro nos olhava.
O casal meio que foi saindo pelo lado olhando o motoqueiro, eu e minha esposa não sabíamos se o motoqueiro estava com eles ou não fomos andando rápido na outra direção tentando nos distanciar o mais rápido possível, reparei q o motoqueiro estava olhando para gente mas ainda com a atenção sobre o casal, agora olhando bem reparei que ele era provavelmente um entregador pois moto tinha um bagageiro, falei para ele chamar a policia ele disse que tentaria procurar na cabine policial a menos de 100 metros que esta vazia a mais de dois meses muito embora sempre esteja com as luzes internas ligadas.
Liguei do celular para 190, onde fiquei ouvindo musica por mais ou menos 1 minuto ainda andando meio que correndo para longe, quando atenderam procedi com a queixa e a descrição do casal, passamos na frente da cabina policial e não havia ninguém como esperado, a atendente no outro lado da linha me informou que o batalhão local havia sido informado e me perguntou onde achava a que eles estariam, por se tratar de uma rua sem cruzamentos indo desembocar na rua Miguel de Frias ou continuar na praia, disse que eles deveriam estar se dirigindo para a Miguel de frias, saída mais rápida daquela região.
A adrenalina começou a baixar, e o sentimento de impotência e desgosto aflorou, pensamos no que poderíamos ter feito, em como poderíamos ter nos defendido, o cara era menor que eu e além disso eu estava segurando dois livros grandes e pesados, a menina eu poderia ter machucado bastante se não tivesse largado o pescoço quando ela foi para trás.
Pensamos então na certeza total que eles tinham, da impunidade e do estado de medo que a sociedade vive, tentaram nos assaltar apenas no “grito”, sabendo que quase certamente iríamos dar nossos objetos apenas pelo medo já enraizado no coração da classe media quando sai de suas prisões particulares a que chamam de “condomínios”, vivemos em estado de sitio, preparados para dar nossos pertences a primeira pessoa que gritar mais alto.
Enterrados em uma cultura que idolatra o banditismo, cujos filhos dos membros de suas elites vão a bailes nas favelas e elevam o funk à categoria de musica, nos perdemos, o homem culto hoje venera o pobre como cultural e como o real brasileiro em suas casas com guaritas enquanto se entorpecem com a violência embelezada proporcionada por uma mídia corrupta e sensacionalista.
Quase fui assaltado duas vezes, em duas semanas consecutivas, exatamente no mesmo local e horário, em frente a apartamentos que valem mais de um milhão de reais cada, em uma rua cujos condomínios giram em torno de 700 a 1500 reais por mês, o IPTU de 100 a 150 reais, e no entanto temos duas cabines de policia vazias, não vejo um carro de policia fazendo uma ronda depois das 23:00 há meses.
O advento das UPPs ao invés de terminar com a criminalidade apenas a movimenta e empurra, Niterói nunca foi tão violenta, morros são invadidos por facções rivais, pessoas são executadas em frente à faculdade de direito, mas aplaudimos a nova UPP do alemão, vemos mais de 300 homens armados, fugindo para uma outra favela, mas damos vivas e dizemos q triunfamos quando 10 são pegos e os outros fogem ajudados pela mesma policia que deveria prende-los.
Pela primeira vez na minha vida quero realmente ir embora, estou de saco cheio do Brasil, da porra da Globo, do caralho funk, das crianças que ouvem musica com os celulares nos ônibus sem a merda do fone, dos entregadores que falam obscenidades para as meninas que passam na rua, dos traficantes que mandam em porções das cidades, dos policiais que vão achacar as pessoas para ganhar o “cafezinho da noite” em fim quero que o Brasil se foda.
Luto todo dia pra fazer um mundo melhor para todo mundo, para melhorar a vida das pessoas, de todas as pessoas, mas estou cansando, serio, não da para tentar melhorar vendo as pessoas que detém o poder nesse país, os advogados são ridículos, mais interessados no próprio bolso que em qualquer outra coisa, os políticos corruptos e estúpidos, fazendo do planalto um circo, a mídia dança e bate palmas extraindo migalhas do povo relegado à ignorância para que seja mais fácil guiá-lo.
***
É muito triste constatar o declínio de uma cidade, Niterói, que já foi a "Cidade Sorriso", a cidade com a quarta melhor qualidade de vida do país, hoje ostenta uma decrepitude mórbida pontuada pela violência e descaso.
Hoje pela segunda vez sofri uma tentativa de assalto enquanto passeava com minha esposa pelo calçadão da praia de Icaraí, um dos IPTUs mais caros de todo país, paramos em um dos cartões postais da cidade, a pedra de Itapuca, onde olhamos o mar com frequência, muito embora a água seja muito suja mesmo com mais de 15 anos de investimento em sua limpeza, e fomos abordados por um casal jovem, a menina, muito magra e pequena o homem magro e tentando firmemente impor o medo.
Sou um homem razoavelmente alto e felizmente com uma certa dose de sangue frio, minha esposa muito embora seja pequena é bem calma. Fomos abordados de frente com os dizeres “não reage”, que sinto dizer, tive que pedir para o rapaz repetir, pois realmente não entendi, eles se aproximaram e a menina se colocou a minha direita, fora do meu campo de visão e começou a abordar minha esposa, o homem alegou estar armado e pousou a mão na cintura sobre a camisa, em uma tentativa de reforçar suas palavras, não pude ver com muita clareza mas supus que ele não estava armado, disse para ele que ele não estava armado e ele fez o mesmo gesto só que dessa vez foi mais incisivo e menos pensado, minha esposa falou para a mulher largar a bolsa e eu me voltei, minha esposa e a mulher lutavam pela bolsa enquanto a mulher praguejava e dizia para o homem atirar na gente com a pretensa arma, segurei a mulher pelo pescoço e apertei, minha mão conseguia envolver boa parte do pescoço e a mulher largou a bolsa e saiu de perto, me voltei para o homem q estava vindo em minha direção, ouvimos uma moto parar na curva e todos 4 reparamos que o motoqueiro nos olhava.
O casal meio que foi saindo pelo lado olhando o motoqueiro, eu e minha esposa não sabíamos se o motoqueiro estava com eles ou não fomos andando rápido na outra direção tentando nos distanciar o mais rápido possível, reparei q o motoqueiro estava olhando para gente mas ainda com a atenção sobre o casal, agora olhando bem reparei que ele era provavelmente um entregador pois moto tinha um bagageiro, falei para ele chamar a policia ele disse que tentaria procurar na cabine policial a menos de 100 metros que esta vazia a mais de dois meses muito embora sempre esteja com as luzes internas ligadas.
Liguei do celular para 190, onde fiquei ouvindo musica por mais ou menos 1 minuto ainda andando meio que correndo para longe, quando atenderam procedi com a queixa e a descrição do casal, passamos na frente da cabina policial e não havia ninguém como esperado, a atendente no outro lado da linha me informou que o batalhão local havia sido informado e me perguntou onde achava a que eles estariam, por se tratar de uma rua sem cruzamentos indo desembocar na rua Miguel de Frias ou continuar na praia, disse que eles deveriam estar se dirigindo para a Miguel de frias, saída mais rápida daquela região.
A adrenalina começou a baixar, e o sentimento de impotência e desgosto aflorou, pensamos no que poderíamos ter feito, em como poderíamos ter nos defendido, o cara era menor que eu e além disso eu estava segurando dois livros grandes e pesados, a menina eu poderia ter machucado bastante se não tivesse largado o pescoço quando ela foi para trás.
Pensamos então na certeza total que eles tinham, da impunidade e do estado de medo que a sociedade vive, tentaram nos assaltar apenas no “grito”, sabendo que quase certamente iríamos dar nossos objetos apenas pelo medo já enraizado no coração da classe media quando sai de suas prisões particulares a que chamam de “condomínios”, vivemos em estado de sitio, preparados para dar nossos pertences a primeira pessoa que gritar mais alto.
Enterrados em uma cultura que idolatra o banditismo, cujos filhos dos membros de suas elites vão a bailes nas favelas e elevam o funk à categoria de musica, nos perdemos, o homem culto hoje venera o pobre como cultural e como o real brasileiro em suas casas com guaritas enquanto se entorpecem com a violência embelezada proporcionada por uma mídia corrupta e sensacionalista.
Quase fui assaltado duas vezes, em duas semanas consecutivas, exatamente no mesmo local e horário, em frente a apartamentos que valem mais de um milhão de reais cada, em uma rua cujos condomínios giram em torno de 700 a 1500 reais por mês, o IPTU de 100 a 150 reais, e no entanto temos duas cabines de policia vazias, não vejo um carro de policia fazendo uma ronda depois das 23:00 há meses.
O advento das UPPs ao invés de terminar com a criminalidade apenas a movimenta e empurra, Niterói nunca foi tão violenta, morros são invadidos por facções rivais, pessoas são executadas em frente à faculdade de direito, mas aplaudimos a nova UPP do alemão, vemos mais de 300 homens armados, fugindo para uma outra favela, mas damos vivas e dizemos q triunfamos quando 10 são pegos e os outros fogem ajudados pela mesma policia que deveria prende-los.
Pela primeira vez na minha vida quero realmente ir embora, estou de saco cheio do Brasil, da porra da Globo, do caralho funk, das crianças que ouvem musica com os celulares nos ônibus sem a merda do fone, dos entregadores que falam obscenidades para as meninas que passam na rua, dos traficantes que mandam em porções das cidades, dos policiais que vão achacar as pessoas para ganhar o “cafezinho da noite” em fim quero que o Brasil se foda.
Luto todo dia pra fazer um mundo melhor para todo mundo, para melhorar a vida das pessoas, de todas as pessoas, mas estou cansando, serio, não da para tentar melhorar vendo as pessoas que detém o poder nesse país, os advogados são ridículos, mais interessados no próprio bolso que em qualquer outra coisa, os políticos corruptos e estúpidos, fazendo do planalto um circo, a mídia dança e bate palmas extraindo migalhas do povo relegado à ignorância para que seja mais fácil guiá-lo.
***
15/03/2011
O quê devo fazer com esta porcaria de blog inútil?
Estava eu no meu canto, lendo o twitter nas Barcas, quando novamente vejo pessoas defendendo a legalização do uso da maconha no Brasil. Precisamente, foi um perfil no orkut, escrito por uma pessoa até muito eloquente e educada, mas ela basicamente só sabia reclamar, apontar dedos. Em momento algum a defesa desta criatura mencionava ações construtivas para a liberação da droga no país, citava estudos clínicos, nada. Apenas a mesma ladainha de sempre - o cara que acha que tem razão, esperneando desnecessariamente na internet.
Já fiz isso aqui no meu blog. Muito. Hoje me vigio para não mais fazê-lo. Por coincidência, também hoje de manhã, logo antes de ler o twitter do maconheiro lacrimoso, pensava nas coisas que escrevo ou deixo de escrever. Uma página na internet é algo que deveria ter um objetivo, pelo menos foi assim que eu aprendi como as coisas funcionam. Blogs e redes sociais são perigosos por simplesmente permitirem que qualquer um, através da inclusão digital, compartilhem suas vidas, diários secretos e opiniões com o mundo. Que bela democracia... E que bela hipocrisia.
Então, qual seria o objetivo do meu blog? Pensei em ser "cool" e dizer que sou como o Jerry Seinfeld, que escrevo sobre o nada. Mas na verdade percebi que nem o Seinfeld fazia isso, o seriado dele era sobre cotidiano, era uma stand-up comedy encenada, logo larguei essa idéia megalomaníaca de lado imediatamente. Não escrevo mais crônicas e estas sempre foram inconsistentes e irregulares em ritmo, conteúdo e estilo. Piadas? Não, eu não consigo entender o senso de humor brasileiro, não adianta. Às vezes escrevo algo que acho hilário, mas o número de acessos no blog é ridiculamente baixo e sem comentários. Então escrevo uma baboseira qualquer e causo frisson na internet.
Percebi que não adiantam esparsos lampejos de criatividade, ela deve ser uma constante consistente. Presença através de postagens constantes também são importantes, para manter leitores atentos e ávidos por notícias. Mas continuo com o problema do conteúdo. Entretanto ainda persiste o problema do conteúdo. Se eu não devo escrever sobre o meu cotidiano e sobre a minha vida para evitar a choradeira desnecessária e a exposição pessoal, qual seria meu tema?
Neste momento olhei para trás e descobri a resposta. Eu sou meu próprio personagem, o verdadeiro misturado com uma análise em terceira pessoa. Tive uma adolescência miserável frequentando uma escola nojenta, cheia de filhinhos-de-papai e ao mesmo tempo sendo um "nerd padrão." Não seria isto suficiente? Claro, olhando para aquela época, era uma merda. Mas agora consigo lembrar de tudo com uma visão bem melhor, mais apurada, mais neutra. Até cômica.
Então, em breve, vida nova no blog.
Já fiz isso aqui no meu blog. Muito. Hoje me vigio para não mais fazê-lo. Por coincidência, também hoje de manhã, logo antes de ler o twitter do maconheiro lacrimoso, pensava nas coisas que escrevo ou deixo de escrever. Uma página na internet é algo que deveria ter um objetivo, pelo menos foi assim que eu aprendi como as coisas funcionam. Blogs e redes sociais são perigosos por simplesmente permitirem que qualquer um, através da inclusão digital, compartilhem suas vidas, diários secretos e opiniões com o mundo. Que bela democracia... E que bela hipocrisia.
Então, qual seria o objetivo do meu blog? Pensei em ser "cool" e dizer que sou como o Jerry Seinfeld, que escrevo sobre o nada. Mas na verdade percebi que nem o Seinfeld fazia isso, o seriado dele era sobre cotidiano, era uma stand-up comedy encenada, logo larguei essa idéia megalomaníaca de lado imediatamente. Não escrevo mais crônicas e estas sempre foram inconsistentes e irregulares em ritmo, conteúdo e estilo. Piadas? Não, eu não consigo entender o senso de humor brasileiro, não adianta. Às vezes escrevo algo que acho hilário, mas o número de acessos no blog é ridiculamente baixo e sem comentários. Então escrevo uma baboseira qualquer e causo frisson na internet.
Percebi que não adiantam esparsos lampejos de criatividade, ela deve ser uma constante consistente. Presença através de postagens constantes também são importantes, para manter leitores atentos e ávidos por notícias. Mas continuo com o problema do conteúdo. Entretanto ainda persiste o problema do conteúdo. Se eu não devo escrever sobre o meu cotidiano e sobre a minha vida para evitar a choradeira desnecessária e a exposição pessoal, qual seria meu tema?
Neste momento olhei para trás e descobri a resposta. Eu sou meu próprio personagem, o verdadeiro misturado com uma análise em terceira pessoa. Tive uma adolescência miserável frequentando uma escola nojenta, cheia de filhinhos-de-papai e ao mesmo tempo sendo um "nerd padrão." Não seria isto suficiente? Claro, olhando para aquela época, era uma merda. Mas agora consigo lembrar de tudo com uma visão bem melhor, mais apurada, mais neutra. Até cômica.
Então, em breve, vida nova no blog.
24/02/2011
A lambança dos nerds?
Todo mundo com o mínimo de senso de humor deve lembrar da clássica série de filmes cômicos "A Vingança dos Nerds." Naqueles filmes os nerds eram criaturas muito bizarras, mas por mais incrível que pareça, o mundo real está cheio de peças similares.
Ontem aconteceu uma coisa deplorável. Estava num bar, era aniversário de um amigo. Mesa cheia, um cara mais ou menos da minha idade senta à minha frente e pergunta: "Bartô?" Bem, só a minha família me chama assim... E as pessoas da minha época de escola. A escola escrota e cheia de playboys que frequentei entre 1993 e 1996.
Apesar de normalmente me gabar da minha pouco convencional memória visual, olhei pra ele e nada. Não conseguia reconhecê-lo. O cara não disse o nome dele, o que não ajudou muito. Minha cara de interrogação deve ter sido bizarra e ele ficou visivelmente chateado. Depois de alguns desconfortáveis minutos (falei que ele sentou na minha frente? E que tinha um sidekick, o qual aparentemente eu deveria reconhecer?) tomei coragem e perguntei de qual turma ele era. Nada. Puta merda. Aí ele disse seu nome, mas nada ainda... Então completou: "você deve lembrar de mim como Jamelão."
Claro. Jamelão. Ele era um dos caras mais gente fina daquela escola nojenta. Eu era um dos nerds estigmatizados, pisados e zoados por quase todo mundo. Ele era um dos caras "legais", que independente de qualquer coisa ou categorização, sempre falou com todos e sempre foi, acima de tudo, simpático. Então imaginem, esse cara bacana, encontrar com um dos caras que ele sempre tratou bem e não ser sequer reconhecido.
Tem gente que acha que alguns nerds amadurecem e viram pessoas melhores graças às experiências duras da vida. Outros que os nerds ficam melhor com o tempo, especialmente na questão física (Patrick Dempsey é um grande exemplo). Outros acham que nerds, ao invés de superararem as mazelas do passado, se tornam babacas vingativos e amargos.
Espero que eu não seja parte do último grupo. Deve ter sido a cerveja. Foi mal aí, Jamelão.
Ontem aconteceu uma coisa deplorável. Estava num bar, era aniversário de um amigo. Mesa cheia, um cara mais ou menos da minha idade senta à minha frente e pergunta: "Bartô?" Bem, só a minha família me chama assim... E as pessoas da minha época de escola. A escola escrota e cheia de playboys que frequentei entre 1993 e 1996.
Apesar de normalmente me gabar da minha pouco convencional memória visual, olhei pra ele e nada. Não conseguia reconhecê-lo. O cara não disse o nome dele, o que não ajudou muito. Minha cara de interrogação deve ter sido bizarra e ele ficou visivelmente chateado. Depois de alguns desconfortáveis minutos (falei que ele sentou na minha frente? E que tinha um sidekick, o qual aparentemente eu deveria reconhecer?) tomei coragem e perguntei de qual turma ele era. Nada. Puta merda. Aí ele disse seu nome, mas nada ainda... Então completou: "você deve lembrar de mim como Jamelão."
Claro. Jamelão. Ele era um dos caras mais gente fina daquela escola nojenta. Eu era um dos nerds estigmatizados, pisados e zoados por quase todo mundo. Ele era um dos caras "legais", que independente de qualquer coisa ou categorização, sempre falou com todos e sempre foi, acima de tudo, simpático. Então imaginem, esse cara bacana, encontrar com um dos caras que ele sempre tratou bem e não ser sequer reconhecido.
Tem gente que acha que alguns nerds amadurecem e viram pessoas melhores graças às experiências duras da vida. Outros que os nerds ficam melhor com o tempo, especialmente na questão física (Patrick Dempsey é um grande exemplo). Outros acham que nerds, ao invés de superararem as mazelas do passado, se tornam babacas vingativos e amargos.
Espero que eu não seja parte do último grupo. Deve ter sido a cerveja. Foi mal aí, Jamelão.
23/02/2011
Por quê nós bebemos?
Ontem recebemos um informativo no trabalho com o título "Por quê nós ficamos bêbados?" Minha resposta imediata foi alardear: "por que nossa vida é uma merda." Rá rá rá, piadas toscas à parte, não posso falar por todos, mas no meu caso isso não é verdade.
Pra começar, sempre achei que beber quando você está deprimido ou se sentindo mal é o primeiro passo para o alcoolismo e talvez até drogas mais pesadas. Não se enganem, álcool é uma droga. Talvez a mais potente de todas, pois pode ser comprada em garrafas baratas num mercado qualquer.
Em segundo lugar, há muito tempo não fico bêbado. Até chego naquele estágio "alegrinho", com pouca sensibilidade, mas bêbado, de se arrastar, tropeçar e falar besteira, já perdi a conta de há quantos anos não fico assim. Ou melhor, eu lembro. Foi em 2004 ou 2005, mas mais do que isso, acho que nem quero saber.
Acho que não fiquei mais bêbado por que muita coisa rolou na minha vida desde lá para cá. Quando você ocupa sua mente com coisas mais importantes, a bebida vira uma companheira ocasional de bar, não é a sua melhor amiga.
Além disso nos últimos anos venho descobrindo o prazer de beber cervejas premium, algumas de marcas grandes e outras de cervejarias pequenas. O fato de que estas cervejas são meio caras incentiva a degustação e apreciação das mesmas em doses bastante moderadas.
Você que está aí fora. Lendo este texto. Você que acha que Bohemia é uma cerveja premium e que a Skol realmente desce redondo, ou que a Antarctica tem um algo a mais. Dê uma chance para uma Eisenbahn, Baden-Baden, Colorado, Dama, Dado Bier, entre muitas. Talvez assim você descubra por quê ficava bêbado e por quê eu bebo.
Pra começar, sempre achei que beber quando você está deprimido ou se sentindo mal é o primeiro passo para o alcoolismo e talvez até drogas mais pesadas. Não se enganem, álcool é uma droga. Talvez a mais potente de todas, pois pode ser comprada em garrafas baratas num mercado qualquer.
Em segundo lugar, há muito tempo não fico bêbado. Até chego naquele estágio "alegrinho", com pouca sensibilidade, mas bêbado, de se arrastar, tropeçar e falar besteira, já perdi a conta de há quantos anos não fico assim. Ou melhor, eu lembro. Foi em 2004 ou 2005, mas mais do que isso, acho que nem quero saber.
Acho que não fiquei mais bêbado por que muita coisa rolou na minha vida desde lá para cá. Quando você ocupa sua mente com coisas mais importantes, a bebida vira uma companheira ocasional de bar, não é a sua melhor amiga.
Além disso nos últimos anos venho descobrindo o prazer de beber cervejas premium, algumas de marcas grandes e outras de cervejarias pequenas. O fato de que estas cervejas são meio caras incentiva a degustação e apreciação das mesmas em doses bastante moderadas.
Você que está aí fora. Lendo este texto. Você que acha que Bohemia é uma cerveja premium e que a Skol realmente desce redondo, ou que a Antarctica tem um algo a mais. Dê uma chance para uma Eisenbahn, Baden-Baden, Colorado, Dama, Dado Bier, entre muitas. Talvez assim você descubra por quê ficava bêbado e por quê eu bebo.
21/02/2011
E se o frasco de perfume for muito pequeno?
Vou contar agora uma história um tanto o quanto constrangedora. Outro dia eu estava na fila de uma lanchonete de shopping, esperando para pegar o meu lanche e o da minha esposa, quando ouvi uma bela voz feminina atrás de mim perguntar: "o senhor está na fila?" Não é comum que as pessoas se refiram a mim como senhor, decidi ser educado. Virei pra trás e não vi ninguém. Então olhei para baixo.
Era uma mulher adulta, bem formada, até bonita. Mas não devia ter mais do que um metro e vinte de altura. É. 1,2 metro. Antes que me perguntem, não, ela não era anã ou tinha nanismo. A formação óssea dela, estrutura corpórea, tudo estava no lugar e muito direitinho. Ela era uma mulher de 1,2 metro de altura, adulta e era bonita.
Fiquei chocado. Respondi um tímido "não" e fiquei sem coragem de encará-la de novo. Assim que peguei nossos lanches (ok, era no McDonald's, tá?! Satisfeitos, admiti!) contei o que aconteceu pra minha mulher e pedi que ela olhasse pra garota, pra ver que eu não estava mentindo. Obviamente ela não conseguiu achae nada no meio da multidão e a distância.
Então fiquei pensando. Com aquela altura, aquela estrutura física... Ela era algo como poderíamos imaginar, uma HOBBIT. Sim, como se recém-tirada das páginas do Senhor dos Anéis ou the O Hobbit. Isto parou na minha cabeça por uns tempos, até que tomei a coragem de relatar aqui. Sei que algumas pessoas tem fetiche por anões e anãs, mas... Esse lance por Hobbits, será que é novo? Será que um dia a beleza élfica da Liv Tyler ou da Cate Blanchett será obfuscada pelas dimensões diminutas de uma bela mulher pouco mais alta que o meu fogão?
Esse lance de sexo interracial em mundos de fantasia não deve funcionar bem.
Era uma mulher adulta, bem formada, até bonita. Mas não devia ter mais do que um metro e vinte de altura. É. 1,2 metro. Antes que me perguntem, não, ela não era anã ou tinha nanismo. A formação óssea dela, estrutura corpórea, tudo estava no lugar e muito direitinho. Ela era uma mulher de 1,2 metro de altura, adulta e era bonita.
Fiquei chocado. Respondi um tímido "não" e fiquei sem coragem de encará-la de novo. Assim que peguei nossos lanches (ok, era no McDonald's, tá?! Satisfeitos, admiti!) contei o que aconteceu pra minha mulher e pedi que ela olhasse pra garota, pra ver que eu não estava mentindo. Obviamente ela não conseguiu achae nada no meio da multidão e a distância.
Então fiquei pensando. Com aquela altura, aquela estrutura física... Ela era algo como poderíamos imaginar, uma HOBBIT. Sim, como se recém-tirada das páginas do Senhor dos Anéis ou the O Hobbit. Isto parou na minha cabeça por uns tempos, até que tomei a coragem de relatar aqui. Sei que algumas pessoas tem fetiche por anões e anãs, mas... Esse lance por Hobbits, será que é novo? Será que um dia a beleza élfica da Liv Tyler ou da Cate Blanchett será obfuscada pelas dimensões diminutas de uma bela mulher pouco mais alta que o meu fogão?
Esse lance de sexo interracial em mundos de fantasia não deve funcionar bem.
15/02/2011
Biscoitos da sorte... Na cama (versão 2.0)
Recordar é viver. Minhas irmãs me mostraram essa brincadeira há tempos atrás, não sei quem foi que inventou, se é mania na internet, mas é realmente divertido. Ontem pedimos China in Box lá em casa e a coisa foi retomada.
Sempre que você pede comida chinesa, ganha um daqueles deliciosos biscoitinhos doces com uma mensagem bonitinha no meio (e números pra apostar na Mega Sena). Você lê a mensagem e das duas uma: ou pensa "puxa, que profundo isso, vou aplicar imediatamente na minha vida" ou então "que droga de filosofia de boteco é essa?" Mas existe uma forma completamente diferente de observar tais mensagens agora! Basta adicionar as palavras "na cama" após o final da mensagem, o que normalmente dá um novo sentido cômico à coisa toda. Às vezes você fica com uma frase que não tem nada a ver, mas em outros momentos, pode acabar colhendo versões hilárias (as quatro primeiras são novas e foram "tiradas" em biscoitos da sorte ontem de noite):
"Compreenda o valor da experiência, não aceite facilidades para progredir na cama."
"É importante manter uma atitude conscienciosa e firme na cama."
"Espere com paciência, aja com rapidez na cama."
"O progresso calmo e constante, livre de precipitação, conduz ao objetivo na cama."
"A velhice é o auge da experiência de vida na cama."
"Elimine o que é velho para trazer o novo à vida na cama."
"Não são os objetivos particulares mas os comuns que criam uma comunidade duradoura na cama."
"O pensamento positivo encaminha à alegria na cama."
"Estagnação não dura para sempre, entretanto, ela não acaba por si mesma na cama."
"Você é um poço de energia, sempre em movimento, na cama."
"Mesmo os piores momentos têm intervalos de paz na cama."
"Ao se progredir é importante não se deixar embriagar pelo êxito na cama."
"Só o tempo e o esforço trazem a competência na cama."
"Tudo o que está recomeçando merece cuidado e suavidade para que o retorno venha a florescer na cama."
"A graciosidade é necessária a toda união para que esta se realize de forma agradável e não caótica na cama."
"Os grandes espíritos dominam os revezes na cama."
"Ao beber na nascente, agradeça à fonte, na cama."
"Lute constantemente para o auto-aperfeiçoamento na cama."
"Seja orgulhoso, porém tolerante e generoso na cama."
"Aplicar as forças criativas para perseverar no bem é o melhor caminho para um sucesso pleno na cama."
E a melhor por último:
"O seu negócio assumirá amplas proporções na cama."
Agora tente você também. Na cama.
Sempre que você pede comida chinesa, ganha um daqueles deliciosos biscoitinhos doces com uma mensagem bonitinha no meio (e números pra apostar na Mega Sena). Você lê a mensagem e das duas uma: ou pensa "puxa, que profundo isso, vou aplicar imediatamente na minha vida" ou então "que droga de filosofia de boteco é essa?" Mas existe uma forma completamente diferente de observar tais mensagens agora! Basta adicionar as palavras "na cama" após o final da mensagem, o que normalmente dá um novo sentido cômico à coisa toda. Às vezes você fica com uma frase que não tem nada a ver, mas em outros momentos, pode acabar colhendo versões hilárias (as quatro primeiras são novas e foram "tiradas" em biscoitos da sorte ontem de noite):
"Compreenda o valor da experiência, não aceite facilidades para progredir na cama."
"É importante manter uma atitude conscienciosa e firme na cama."
"Espere com paciência, aja com rapidez na cama."
"O progresso calmo e constante, livre de precipitação, conduz ao objetivo na cama."
"A velhice é o auge da experiência de vida na cama."
"Elimine o que é velho para trazer o novo à vida na cama."
"Não são os objetivos particulares mas os comuns que criam uma comunidade duradoura na cama."
"O pensamento positivo encaminha à alegria na cama."
"Estagnação não dura para sempre, entretanto, ela não acaba por si mesma na cama."
"Você é um poço de energia, sempre em movimento, na cama."
"Mesmo os piores momentos têm intervalos de paz na cama."
"Ao se progredir é importante não se deixar embriagar pelo êxito na cama."
"Só o tempo e o esforço trazem a competência na cama."
"Tudo o que está recomeçando merece cuidado e suavidade para que o retorno venha a florescer na cama."
"A graciosidade é necessária a toda união para que esta se realize de forma agradável e não caótica na cama."
"Os grandes espíritos dominam os revezes na cama."
"Ao beber na nascente, agradeça à fonte, na cama."
"Lute constantemente para o auto-aperfeiçoamento na cama."
"Seja orgulhoso, porém tolerante e generoso na cama."
"Aplicar as forças criativas para perseverar no bem é o melhor caminho para um sucesso pleno na cama."
E a melhor por último:
"O seu negócio assumirá amplas proporções na cama."
Agora tente você também. Na cama.
10/02/2011
A miopia funcional de Macaé
Passei os últimos dois dias em Macaé, onde pude fazer algumas ocisas e também não fazer outras. Mas isso não importa, pois envolvem o estado de saúde de terceira parte, à qual desejo pronta recuperação. O importante é a percepção da miopia funcional que impera em Macaé.
Antes que macaenses e outros defensores da "Houston Brasileira" venham me criticar, afirmo que esta mesma miopia se encontra presente no país inteiro e em outras indústrias. Na verdade, não é necessário ser muito esperto para entender que Macaé só é um exemplo muito vívido e recente na minha memória.
Encontrei com uma querida amiga e comentei o assunto, pois ela experimenta isso no dia-a-dia e também já sofreu com o mesmo na sua vida pessoal. O que aconteceu foi que eu estava almoçando sozinho anteontem e ouvi duas pessoas na mesa ao lado, conversando animadamente:
"...Então eu respondi o e-mail dele com cópia para deus e o mundo: 'eu não vou realizar o procedimento sem o formulário preenchido corretamente, pense duas vezes antes de fazer esse tipo de solicitação.' Que babaca! Assim ele vai aprender!"
"Pois é, ele tem que preencher direito o formulário pra conseguir a manutenção, assim ele se queima à toa."
Peraí. "Ele" se queima à toa? E a pessoa que escreveu a resposta grosseira e reativa? Ela não poderia ter sido mais pró-ativa e indicado com educação o caminho correto? Mas não. Esse tipo de pessoa gosta de latir desnecessariamente poeque acredita com todas suas forças que o seu trabalho, que o seu mundinho é a coisa mais importante do universo.
No meu emprego antigo era assim. Uma empresa pequena, que para regra geral apenas participava de parte de uma etapa da exploração de petróleo e gás natural. Um dia você dá alguns passos mais distantes e tenta ver o cenário completo, mas eis a surpresa: a coisa é muito maior. Você é uma pequena, diminuta engrenagem.
As pessoas odeiam ser desvalorizadas, mas é a verdade. Não interessa seu status local, seja supervisor, coordenador, gerente, direto. Você pode acreditar que é um semideus, mas às vezes simplesmente é um tôlo enganado por Zeus.
"A vida passa rápido demais" é um clichê verdadeiro. Esses míopes um dia vão perceber que passaram a vida lutando para serem os melhores em objeto inócuo. Ao olhar para trás, ninguém aprendeu as coisas com as quais sonhava na juventude, como surfar, tocar guitarra, conhecer o mundo (e por conhecer, eu digo de verdade, não apenas tirar fotos nos lugares mais famosos pra dizer que esteve lá).
Podemos dizer que alcançar nossa própria estrela é um objetivo comum a todos. O problema é que alguns giram em torno de sóis nutritivos e inspiradores, enquanto outros estão às voltas com moribundos gigantes vermelhos, à beira da destruição.
Antes que macaenses e outros defensores da "Houston Brasileira" venham me criticar, afirmo que esta mesma miopia se encontra presente no país inteiro e em outras indústrias. Na verdade, não é necessário ser muito esperto para entender que Macaé só é um exemplo muito vívido e recente na minha memória.
Encontrei com uma querida amiga e comentei o assunto, pois ela experimenta isso no dia-a-dia e também já sofreu com o mesmo na sua vida pessoal. O que aconteceu foi que eu estava almoçando sozinho anteontem e ouvi duas pessoas na mesa ao lado, conversando animadamente:
"...Então eu respondi o e-mail dele com cópia para deus e o mundo: 'eu não vou realizar o procedimento sem o formulário preenchido corretamente, pense duas vezes antes de fazer esse tipo de solicitação.' Que babaca! Assim ele vai aprender!"
"Pois é, ele tem que preencher direito o formulário pra conseguir a manutenção, assim ele se queima à toa."
Peraí. "Ele" se queima à toa? E a pessoa que escreveu a resposta grosseira e reativa? Ela não poderia ter sido mais pró-ativa e indicado com educação o caminho correto? Mas não. Esse tipo de pessoa gosta de latir desnecessariamente poeque acredita com todas suas forças que o seu trabalho, que o seu mundinho é a coisa mais importante do universo.
No meu emprego antigo era assim. Uma empresa pequena, que para regra geral apenas participava de parte de uma etapa da exploração de petróleo e gás natural. Um dia você dá alguns passos mais distantes e tenta ver o cenário completo, mas eis a surpresa: a coisa é muito maior. Você é uma pequena, diminuta engrenagem.
As pessoas odeiam ser desvalorizadas, mas é a verdade. Não interessa seu status local, seja supervisor, coordenador, gerente, direto. Você pode acreditar que é um semideus, mas às vezes simplesmente é um tôlo enganado por Zeus.
"A vida passa rápido demais" é um clichê verdadeiro. Esses míopes um dia vão perceber que passaram a vida lutando para serem os melhores em objeto inócuo. Ao olhar para trás, ninguém aprendeu as coisas com as quais sonhava na juventude, como surfar, tocar guitarra, conhecer o mundo (e por conhecer, eu digo de verdade, não apenas tirar fotos nos lugares mais famosos pra dizer que esteve lá).
Podemos dizer que alcançar nossa própria estrela é um objetivo comum a todos. O problema é que alguns giram em torno de sóis nutritivos e inspiradores, enquanto outros estão às voltas com moribundos gigantes vermelhos, à beira da destruição.
26/01/2011
O fundamentalismo nosso de cada dia
2011 mal começou e já retomamos os hábitos ruins de sempre: descumprir promessas de Ano Novo que só duram até Janeiro, reclamar dos políticos sem tomar qualquer ação verdadeiramente enérgica, assistir o Big Brother Brasil. É o mesmo xixi de gato que persistente, recusa-se a nos abandonar. E nós a ele.
Um mau hábito que tornou-se corrente no Brasil, como já era em outros países, é o fundamentalismo. Não digo que seja algo obrigatoriamente ligado à religião, mas olhem ao seu redor e me digam o contrário. A religião no Brasil tem sido o principal bastião de pessoas propensas a um comportamento radical e nocivo para a sociedade. Com mais frequência vemos igrejas de fundo-de-quintal surgindo para roubar o dinheiro suado de trabalhadores humildes em prol de obras as quais nunca tem suas contas prestadas com clareza. Mas tudo bem, afinal de contas é o trabalho "Dele".
Além da religião e talvez abastecida por esta, a sociedade está ficando mais radical. São mais casos de agressões e repressão contra homossexuais. Diabos, a eleição presidencial do ano passado, que deveria representar um avanço neste campo, foi um grande retrocesso. Demos uns vinte passos para trás sem sequer cogitar a hipótese de voltar a caminhar.
O que nos leva ao problema da política no país. Mantenho minha posição de que, até que me provem o contrário, todos os políticos são corruptos. Gostaria de ser surpreendido mais vezes com histórias de pessoas com notória vida pública que recusam-se a sujar suas mãos. Entretanto dia após dia, somente vemos sinais na direção oposta. Ontem passei boa parte do dia fazendo um treinamento sobre a lei anti-corrupção dos EUA (FCPA) e mais tarde tornei a buscar estatísticas sobre a evolução dos medidores de corrupção ou combate à mesma no Brasil. Deu vontade de chorar, sério.
Mas talvez seja parte intrínseca da nossa natureza continuar piorando, não cumprir nossos pactos pessoais e seguir caminhando com passos largos rumo ao caos. Vamos ligar a televisão, dar as mãos e ignorar.
Um mau hábito que tornou-se corrente no Brasil, como já era em outros países, é o fundamentalismo. Não digo que seja algo obrigatoriamente ligado à religião, mas olhem ao seu redor e me digam o contrário. A religião no Brasil tem sido o principal bastião de pessoas propensas a um comportamento radical e nocivo para a sociedade. Com mais frequência vemos igrejas de fundo-de-quintal surgindo para roubar o dinheiro suado de trabalhadores humildes em prol de obras as quais nunca tem suas contas prestadas com clareza. Mas tudo bem, afinal de contas é o trabalho "Dele".
Além da religião e talvez abastecida por esta, a sociedade está ficando mais radical. São mais casos de agressões e repressão contra homossexuais. Diabos, a eleição presidencial do ano passado, que deveria representar um avanço neste campo, foi um grande retrocesso. Demos uns vinte passos para trás sem sequer cogitar a hipótese de voltar a caminhar.
O que nos leva ao problema da política no país. Mantenho minha posição de que, até que me provem o contrário, todos os políticos são corruptos. Gostaria de ser surpreendido mais vezes com histórias de pessoas com notória vida pública que recusam-se a sujar suas mãos. Entretanto dia após dia, somente vemos sinais na direção oposta. Ontem passei boa parte do dia fazendo um treinamento sobre a lei anti-corrupção dos EUA (FCPA) e mais tarde tornei a buscar estatísticas sobre a evolução dos medidores de corrupção ou combate à mesma no Brasil. Deu vontade de chorar, sério.
Mas talvez seja parte intrínseca da nossa natureza continuar piorando, não cumprir nossos pactos pessoais e seguir caminhando com passos largos rumo ao caos. Vamos ligar a televisão, dar as mãos e ignorar.
25/01/2011
Então,
eu sei que estou sumido. Após quebrar meu recorde anual de postagens, Novembro e Dezembro foram dois meses deploráveis. Mas tenho certeza que há alguém aí fora que ainda espera para ler o que eu escrevo. I wanna believe.
Talvez por isso esteja ouvindo tanto os Ramones, referência nerd de "Arquivos X" à parte. Como ferramente de desculpa, tenho achado incrivelmente difícil escrever quando não acontece nada de novo ou quando muitas coisas estão acontecendo ao mesmo tempo.
Se for reconfortante, recentemente descobri que o "antigo" pode ser estimulante. Relembrar coisas passadas, noites perdidas, dias que nunca aconteceram. Isso tudo, ou nada, me transformou naquilo que sou hoje em dia e consequentemente deveria carregar tudo comigo. Logo, minha fonte de inspiração não precisa ser imediata e renovável. Basta olha para o lado que ela ainda está lá.
Ou aqui.
Esperem novidades em breve.
Talvez por isso esteja ouvindo tanto os Ramones, referência nerd de "Arquivos X" à parte. Como ferramente de desculpa, tenho achado incrivelmente difícil escrever quando não acontece nada de novo ou quando muitas coisas estão acontecendo ao mesmo tempo.
Se for reconfortante, recentemente descobri que o "antigo" pode ser estimulante. Relembrar coisas passadas, noites perdidas, dias que nunca aconteceram. Isso tudo, ou nada, me transformou naquilo que sou hoje em dia e consequentemente deveria carregar tudo comigo. Logo, minha fonte de inspiração não precisa ser imediata e renovável. Basta olha para o lado que ela ainda está lá.
Ou aqui.
Esperem novidades em breve.
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